Numa altura em que os principais construtores automóveis "desistiram" do diesel, devido às restrições ambientais impostas pela União Europeia, são assinaláveisl as experiências feitas com aquela solução motriz.
Há 50 anos, a marca do relâmpago levou um protótipo muito especial ao circuito alemão de Dodenhofen, nos arredores de Frankfurt.
Primeira surpresa? Pelas suas linhas, percebia-se de que se tratava de um Opel GT, aparentemente derivado do Chevrolet Corvette, mas com uma potência muito mais baixa do que o desportivo americano.
Quanto à parte de cima, não poderia ser mais diferente do modelo original. O tejadilho foi substituído por uma espécie de carlinga de um avião, a esconder um banco e todos os elementos próprios de um carro de corridas.
E, sob o capô, estava um motor a gasóleo de 2.1 litros com 95 cv de potência, em vez do conhecido bloco a gasolina de 1.9 litros e quatro cilindros de 90 cv que originalmente o equipava.
Os testes na pista de ensaios tinham um objectivo muito claro para a construtora: promover as motorizações diesel que actualmente estão a ser deixadas quase de lado pela indústria automóvel.
Eficiência e velocidade eram os pontos a testar pelo protótipo nesta operação de marketing para apoiar o Opel Rekord que iria chegar em breve ao mercado com aquele motor.
Meia dúzia de pilotos de teste revezaram-se durante três dias e duas noites ao volante deste GT especial, parando apenas para atestar o depósito e o volante trocar de mãos.
Ao fim de 52 horas de condução quase ininterrupta, o Opel GT tinha batido 18 recordes, sendo o mais celebrado os 10.000 quilómetros percorridos a uma média de 190,880 km/hora.
Sim, esta velocidade "apagava" a ideia dos consumidores do início dos anos 70 do século passado, de que os carros equipados com motorizações a gasóleo eram demasiado lentos.
Certo é que a variante diesel do Opel Rekord da geração D, lançado em 1972, vendeu mais de 40 mil unidades, sendo um dos exemplos mais conseguidos para a mudança de mentalidades face àqueles motores.
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