A Audi apresentou esta madrugada, em São Francisco (Estados Unidos), o Audi e-tron, o primeiro carro de produção totalmente eléctrico da marca dos quatro anéis.
Ainda assim, este Audi quer ser diferente em muitas coisas e tem novidades revolucionárias como espelhos retrovisores virtuais, denominados "Audi Virtual Mirrors", ou um sistema de travagem electro-hidráulico integrado (brake-by-wire), uma estreia para um automóvel de produção em série.
Mas vamos por partes, primeiro importa olhar para o "look" exterior desta proposta, marcada por contornos que lhe garantem força e presença. Os pára-choques muito expressivos ajudam a vincar o carácter desportivo desta proposta, mas é a grelha "singleframe" cinzenta, os emblemas "e-tron", a tampa eléctrica do sistema de carregamento e o difusor traseiro que lhe garantem identidade.
Dentro do habitáculo destacam-se elementos em tudo semelhantes ao que a Audi oferece na sua restante gama, com a diferença de que o interior deste e-tron é dominado por cinco displays, entre eles os dois pequenos ecrãs montados junto do pilar A que transmitem a imagem captada pelos espelhos retrovisores virtuais.
Estes retrovisores permitiram ainda "poupar" um total de 15 cm na largura total deste SUV e estão disponíveis com três tipos de vistas: condução em estrada, inversões e estacionamento. Este sistema será opcional e continua a não obedecer à legislação europeia. Ainda assim, há países onde a lei é menos "apertada" e onde este tipo de avanços tecnológico é permitido, basta ver o caso do Lexus ES, que dentro de semanas estará disponível no mercado japonês com este tipo de dispositivos
No campo da mecânica, importa dizer que este SUV e-tron é alimentado por dois propulsores eléctricos e por uma bateria de 95 kWh de capacidade, com a potência a ser enviada para as quatro rodas através de uma nova geração do sistema quattro. As baterias foram colocadas numa posição baixa, para melhorar o comportamento dinâmico deste SUV e para não prejudicar o espaço disponível. A Audi reivindica uma capacidade de carga na bagageira de 660 litros.
A potência combinada dos dois motores é de 300 kW, o equivalente a 408 cv, sendo que o binário máximo é de 664 Nm e está disponível de forma quase instantânea, tal como acontece com qualquer eléctrico. Estes números fazem com que o e-tron acelere dos 0 aos 100 km/h em 5,7 segundos (em modo boost), com a velocidade máxima a estar limitada electronicamente aos 200 km/h.
A marca de Ingolstadt reivindica uma autonomia de 400 quilómetros (segundo o ciclo WLTP) e garante que em mais de 90% das desacelerações o Audi e-tron será capaz de recuperar energia, sendo que em descida pode mesmo recuperar um quilómetro de autonomia por cada quilómetro percorrido.
Este sistema está combinado com um novo sistema de travagem electro-hidráulico integrado (brake-by-wire), um sistema inspirado no mundo da aviação e que agora faz a sua estreia num automóvel eléctrico de produção.
Este e-tron pode ser carregado em estações de carga rápida, com uma potência de até 150 kW, que permite carregar 80% da capacidade da bateria em 30 minutos. A Audi quer ter 200 postos de carregamento deste tipo na Europa até ao final de 2018 e 400 até ao final de 2020. O objectivo é que estejam disponíveis a cada 120 quilómetros nas principais auto-estradas europeias.
O Audi e-tron será produzido em Bruxelas, na Bélgica, e as primeiras entregas na Europa estão marcadas para o final deste ano mas a chegada ao mercado português só deverá acontecer em Janeiro de 2019. Aqui ao lado, em Espanha, os preços vão começar nos 82.400 euros…