A Mercedes continua a sua aposta no segmento dos compactos e acaba de lançar mais um modelo, o GLB. Criado com base nos dois segmentos que mais vendas garantem à marca de Estugarda, os compactos e os SUV, este GLB quer reunir as características mais práticas e urbanas dos primeiros com as características mais arrojadas e funcionais de um jipe. Será que o conseguiu? A resposta é simples: sim!
Assente na mesma plataforma MFA II que encontramos no Classe A, CLA, CLA Shooting Brake e Classe B, este novo GLB diferencia-se por contar com a maior distância entre-eixos de todos os modelos que recorrem a esta plataforma e por oferecer lugar para sete ocupantes.
Com 4634 mm de comprimento, 1834 mm de largura e 1658 mm de altura (a versão de sete lugares é 4 mm mais alta), este GLB é apenas 2,2 cm mais curto e 5,6 cm mais estreito que o GLC, pelo que espaço não falta. Aliás, nos bancos traseiros e na bagageira o GLB até leva vantagem sobre o irmão mais velho, já que conta com um motor em posição transversal, pelo que o habitáculo começa ligeiramente mais atrás do que no GLC, que tem um motor em posição longitudinal.
Voltando à distância entre-eixos, está fixada nos 2829 mm, mais 10 mm do que no Classe B, permitindo assim uma terceira fila de bancos, que será um opcional pago de 950 euros. Só assim poderá acomodar sete passageiros, ainda que a Mercedes seja honesta ao ponto de dizer que os dois bancos traseiros só servem para pessoas com alturas de até 1,68 metros.
Os bancos da segunda fila deslocam-se longitudinalmente em até 14 cm (9 cm para a frente e 5 cm para trás). Na versão de sete lugares o banco da segunda fila é rebatível na proporção 40:20:40, funcionalidade que surge como um opcional pago na versão com lugar para cinco. Quanto à bagageira, oferece 570 litros de capacidade (mais 20 litros que o GLC), sendo que este número pode ir até aos 1805 litros na variante de cinco lugares e até aos 1680 litros na versão de sete.
As linhas exteriores remetem-nos de imediato para as formas dos irmãos mais velhos, sobretudo do icónico Mercedes Classe G. Isso fica visível ao nível das enormes protecções dos pára-choques e das cavas das rodas, bem como das formas mais rectangulares. O resultado é uma proposta musculada, de imagem agressiva e que transmite uma sensação de enorme robustez.
Isso também fica visível no interior, onde encontramos uma protecção em cromado em frente ao banco do ocupante da frente e nas portas, outra inspiração "roubada" ao "G Wagon". O sistema operativo MBUX é o mais recente da marca e pode ser combinado com dois ecrãs que podem assumir as medidas máximas de 10,25 polegadas.
Comportamento em estrada… e fora dela!
Para o primeiro contacto ao volante deste GLB a Mercedes escolheu os arredores de Málaga e as estradas ao redor de Marbella. Conduzimos a versão GLB 200 d e a 220 d, bem como o mais potente Mercedes-AMG GLB 35. Mas já lá vamos.
A versão 200 d é a segunda menos potente da gama, já que abaixo de si só existe a 180 d. A Mercedes deixou de parte os motores diesel fornecidos pela Renault para introduzir uma versão menos potente do seu motor OM 654q de 2.0 litros, que oferece três níveis de potência: 116 cv (180 d), 150 cv (200 d) e 190 cv (220 d).
Os cerca de 1700 quilos de peso do conjunto nunca se revelaram um problema nem nos deixaram a gritar por mais potência, notícias muito boas para quem pretende a versão de sete ocupantes, que poderá ter que lidar com mais carga.
Todas estas sensações foram reforçadas quando passámos para o volante do GLB 220 d, que apenas está disponível com tracção integral 4MATIC. Também ele associado a uma caixa automática 8G-DCT, este 220 d mostrou-se muito melhor "rolador" em percursos mais rápidos - auto-estradas e vias rápidas - mas permitiu-nos reforçar a ideia de que o GLB 200 d é uma escolha mais do que suficiente para os "gastos" do quotidiano.
Mas não nos interprete mal, se quiser um automóvel com mais vigor e mais competente nas recuperações, o GLB 220 d é a escolha. Ainda assim, é assinalável a dinâmica em qualquer um dos modelos. Ficámos surpreendidos com a capacidade inserção em curva, bem como com a resposta da direcção.
Quanto a consumos, tudo muito igual. A marca de Estugarda reivindica consumos médios (WLTP) de 5,5 l/100 km para o 200 d e de 5,7 l/100 km para o 220 d 4MATIC.
Para nos mostrar as competências do GLB fora de estrada a Mercedes preparou um percurso de obstáculos muito desafiante, que nos brindou com subidas de mais de 50% de inclinação, cruzamentos de eixos e uma inclinação lateral de 29%.
O GLB cumpriu o percurso com grande facilidade e impressionou-nos pela capacidade. O sistema de tracção integral 4MATIC e o Pack Off-Road Engineering Package facilitaram-nos imenso a vida, com a repartição de binário 50:50, com a câmara que nos permite ver o terreno que está à nossa frente e com o sistema de controlo de velocidade em descida.
Estamos seguros que grande parte dos compradores do GLB poucas vezes o vão levar para fora de estrada, mas se o fizer, acredite que ele dá conta do recado.
AMG vinca o carácter desportivo
Outra das novidades que ficámos a conhecer nesta ida a Espanha foi a variante mais desportiva da gama, assinada pela Mercedes-AMG. O AMG 35 4MATIC recorre ao bem conhecido motor de 2.0 litros com quatro cilindros em linha que produz 306 cv de potência e 400 Nm de binário máximo.
Quando aceleramos o passo ainda notamos algum rolamento de carroçaria em curva, mas a suspensão controla sempre muito bem a situação. Destaque ainda para o sistema 4MATIC, que nos "brinda" com "toneladas" de tracção em todas as situações.
Quanto às performances, podemos dizer-lhe que este GLB 35 AMG é capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 5,2 segundos, exercício que demonstra perfeitamente as competências mecânicas deste modelo, em particular desta caixa automática de dupla embraiagem de oito velocidades.
Ainda assim, quando resolvemos aumentar o ritmo é muito mais divertido recorrer ao modo sequencial, através das patilhas de mudanças (muito confortáveis) montadas no volante.
O novo Mercedes GLB surpreendeu-nos pela positiva, quer ao nível do espaço a bordo quer ao nível do comportamento em estrada e fora dela. Isto já para não falar das novas motorizações, que se destacam pela eficácia de comportamento e pelos consumos.
Tudo isto é acentuado pela elevada versatilidade do conjunto, sobretudo nas versões com capacidade para sete ocupantes. Achamos que faz todo o sentido pagar os 950 euros extra e apostar nesta versão. Terá sempre dois lugar extra para usar e acreditamos que isso ajudará a conservar ainda melhor o valor do automóvel no futuro.
O novo GLB chega ao mercado nacional em Dezembro, com preços desde os 42.350 euros para a versão 180 d com 116 cv.
Motorização |
CC |
CV |
Caixa |
Preço indicativo (c/IVA) |
|
GLB 180 d |
1 950 |
116 |
Auto |
42 350 € |
|
GLB 200 d |
1 950 |
150 |
Auto |
49 100 € |
|
GLB 200 d 4MATIC |
1 950 |
150 |
Auto |
52 450 € |
|
GLB 220 d 4MATIC |
1 950 |
190 |
Auto |
57 200 € |
|
GLB 200 |
1 332 |
163 |
Auto |
42 900 € |
|
GLB 250 4MATIC |
1 991 |
224 |
Auto |
52 350 € |