Viajámos até à Alemanha, mais concretamente até aos arredores de Frankfurt, para conhecer as duas mais recentes novidades da Mazda: o CX-30 e o motor SKYACTIV-X. O primeiro é o novo SUV/Crossover da marca nipónica e vai situar-se entre o CX-3 e o CX-5. O segundo é um motor revolucionário que combina o melhor dos dois mundos, que é como quem diz, as vantagens de um motor a gasolina com as vantagens de um bloco diesel.
Fazemos parte do primeiro lote de jornalistas que teve oportunidade de ‘deitar as mãos’ a este modelo e, mesmo que a versão que conduzimos ainda seja uma unidade de pré-produção, podemos garantir-lhe que é já uma proposta muito próxima daquela que estará disponível no mercado português já a partir do próximo mês de Setembro.
Depois do lançamento do Mazda3, que nós já conduzimos, o Mazda CX-30 é o segundo elemento da nova geração de modelos da marca japonesa a ser lançado.
Com 4,395 mm de comprimento, 1,795 mm de largura e 1,540 mm de altura, este modelo vai situar-se entre o CX-3 e o CX-5 e abre caminho a um novo segmento. O objectivo da Mazda foi combinar a habitabilidade e a praticabilidade do CX-5 com as características mais compactas e urbanas do CX-3.
À primeira vista, e olhando de fora, é muito fácil reparar que este modelo é maior do que o CX-3, mas esse sentimento aumenta quando nos sentamos ao volante. A sensação de espaço no interior é evidente e os dois principais problemas do CX-3 foram atenuados, para não dizer eliminados: o espaço no banco traseiro e a capacidade da bagageira, agora fixada nos 430 litros. Ainda assim, o acesso aos bancos traseiros continua a não ser perfeito.
O CX-30 conta com a mais recente linguagem de estilo da marca nipónica, assente na filosofia Kodo. Tal como acontece com o novo Mazda3, a imagem exterior do CX-30 tem por base as tradições da arte japonesa e a máxima da beleza do espaço entre objectos. O resultado é uma silhueta muito elegante e com linhas muito minimalistas que criam uma sensação de movimento.
A Mazda divide a imagem exterior do CX-30 em duas secções: a inferior, marcada pelo "look" mais musculado das protecções em plástico em torno das rodas e nas saias laterais, e a superior, marcada pela elegância e suavidade da carroçaria, quase como se de um coupé se tratasse. A ideia é criar a sensação de que a carroçaria está a flutuar em cima das rodas, tudo isto sem perder a imagem robusta que se pede a um SUV/Crossover.
A dianteira é marcada pelo formato de uma asa, elemento típico da marca, e pela forma da grelha, mais triangular, de forma a vincar ainda mais a personalidade arrojada deste modelo. Na traseira, destaca-se a largura do portão, para um melhor acesso à bagageira, e o desenho rasgado dos elementos ópticos.
O desenho do habitáculo assenta na filosofia "human-centered" da Mazda e isso faz com que tudo esteja orientado para o condutor. Tudo está centrado no condutor e tudo foi optimizado de acordo com o nosso campo de visão. Porém, em redor, a Mazda inspirou-se na arquitectura tradicional japonesa e o uso da "Ma", que pode traduzir-se como o uso do espaço vazio. De forma a conseguir isto, os responsáveis pelo design deste modelo desenharam a consola com duas camadas, de forma a criar a sensação de que a consola está a flutuar.
Toda a consola está orientada para o condutor, tal como acontece com o novo Mazda3, e os bancos oferecem um enorme apoio lateral. A Mazda dedicou muito tempo ao desenvolvimento dos bancos e isso faz-se notar. A ideia foi reproduzir os movimentos naturais do nosso corpo e deixar a nossa coluna em "S", tudo para melhorar a circulação sanguínea e deixar os músculos menos tensos.
As superfícies são todas muito ‘limpas’ e é fácil perceber que a Mazda seguiu a máxima do "less is more". Destaca-se o volante, com uma pega muito confortável, o painel de instrumentos digital e o ecrã central de 8.8 polegadas que suporta Apple CarPlay e Android Auto.
A versão que conduzimos estava equipada com um bloco a gasolina SKYACTIV-G de 2.0 litros com quatro cilindros que produz 122 cv de potência. Este bloco, naturalmente aspirado, pode ser combinado com uma caixa manual de seis velocidades ou com uma transmissão automática de seis relações. Conduzimos a primeira.
A juntar-se a tudo isto, esta motorização ainda conta com o sistema "M Hybrid" da Mazda com 24 V e com um sistema que desactiva os cilindros 1 e 4 sempre que não são necessários, tudo para garantir uma eficiência superior. A marca nipónica promete um consumo médio de 5.3 litros por cada 100 quilómetros e 141 gr/km de emissões de CO2.
Esta versão tem uma velocidade máxima de 186 km/h e acelera dos 0 aos 100 km/h em 10,6 segundos. Por outro lado, a versão diesel SKYACTIV-D com um motor 1.8 com 116 cv gasta mais 0,2 segundos no exercício dos 0 aos 100 km/h e tem uma velocidade máxima de apenas 183 km/h.
A primeira coisa que reparamos ao volante do CX-30 é o equilíbrio de todo o carro. O tacto da condução é muito preciso e directo. A suspensão é bastante menos rija do que no novo Mazda3, por exemplo, mas é bastante mais dinâmica do que no CX-3. A fabricante japonesa quis que a condução deste CX-30 fosse natural e suave, e podemos garantir que não foram necessários muitos quilómetros para perceber que o objectivo foi cumprido.
A caixa de velocidade manual de seis velocidades faz uma equipa perfeita com este motor SKYACTIV-G de 2.0 litros e isso ficou visível nos troços que a Mazda nos preparou nos arredores de Frankfurt. Ainda assim, não testámos este conjunto em cidade, onde o pára-arranca se revela sempre um desafio. Mas em auto-estrada e em estradas secundárias, a avaliação é muito positiva.
A posição de condução é muito equilibrada e fica a meio caminho entre a do Mazda3, bastante mais baixa, e a do CX-5, um pouco mais alta. A Mazda conseguiu um compromisso muito interessante entre estes dois modelos e isso resulta numa posição confortável mas que ao mesmo nos permite sentir facilmente o carro.
O Mazda CX-30 está equipado com o pack i-Activesense que acrescenta várias soluções de auxílio à condução. Destaca-se o monitor do ângulo morto, o alerta de trânsito cruzado na traseira, o reconhecimento de sinais, alerta de atenção do condutor, cruise control adaptativo, alerta de saída de faixa e assistente de permanência em faixa.
O novo Mazda CX-30 vai chegar ao mercado português em Setembro, com um preço recomendado de 28 mil euros. Vão existir versões de tracção dianteira e tracção total, bem como variantes com caixa manual de seis velocidades ou transmissões automáticas de seis relações.
A oferta será formada pelo motor SKYACTIV-G de 2.0 litros com 122 cv de potência e pelo diesel SKYACTIV-D 1.8 com 116 cv. Mais tarde, em Novembro, este modelo também estará disponível com o revolucionário motor SKYACTIV-X 2.0 com 180 cv, um motor a gasolina que conta com ignição por compressão, tal como acontece nos motores diesel. Não só garante níveis de consumos e emissões impressionantes para um bloco a gasolina com esta capacidade, como ainda apresenta cerca de 10% mais de binário em qualquer regime do que um motor normal equivalente. Tudo sem comprometer os consumos.