É o modelo mais moderno e tecnológico construído pela insígnia de Estugarda desde a sua fundação que esta quinta-feira foi revelado.
Ainda mais sofisticado do que a berlina Classe S, o "eléctrico" Mercedes EQS apresenta um painel totalmente digital e oferece até 770 quilómetros com uma única carga.
O Mercedes EQS é proposto em duas variantes mas, nesta primeira fase de lançamento, será com a bateria de 107,8 kWh.
Seguem-se, no próximo ano, as versões equipadas com a bateria de 90 kWh, e um modelo mais desportivo com a sigla AMG, que pode chegar aos 760 cv de potência.
O EQS 450+ tem um único motor eléctrico, de 245 kW (333 cv) e 568 Nm, a dar tracção às rodas traseiras. Já o EQS 580 4MATIC, com 385 kW (523 cv) e 855 Nm, está equipado com dois motores eléctricos.
O primeiro, instalado no eixo traseiro, debita 255 kW (347 cv), enquanto o segundo, no eixo dianteiro, possui 135 kW (184 cv).
Os zero aos 100 km/hora, na versão menos potente, são cumpridos em 6,2 segundos, e 4,3 segundos na variante mais forte, com a velocidade limitada electronicamente em ambos a 210 km/hora.
Os consumos de energia rondam os 16 a 19,1 kWh/100 km no EQS 450+, e os 15,7 a 20,4 kWh/100 km no EQS 580 4MATIC.
A autonomia com uma única carga chega aos 770 quilómetros, aproximando-a da proposta pelo Tesla Model S Plaid +, que atinge os 840 quilometros
O novo Mercedes EQS apresenta-se com requintes de construção próprias de um topo de gama e a sua autonomia rivaliza de forma efectiva com os seus principais concorrentes.
Essa ideia é visível na linha arqueada da carroçaria, com a traseira em forma de coupé, e no painel preto que substitui a grelha do motor, emoldurado pelos faróis LED ligados por uma faixa luminosa.
Atrás destaca-se a faixa luminosa sobre a bagageira, a ligar os farolins LED nas extremidades, que é a imagem registada da gama EQ da Mercedes.
Se a estética exterior não deixa ninguém indiferente, o que dizer quando as portas se abrem automaticamente mal nos aproximamos do carro e se fecham quando nos sentamos?
Já dentro do Mercedes EQS, há de imediato um impacto positivo pelo espaço livre para os ocupantes à frente. Não é para admirar, sabendo que mede 5,216 mm e tem 3,210 mm de distância entre os eixos.
Significa isso que, atrás, os passageiros ganham mais espaço para as pernas e os ombros, incluindo para aquele que se sentar no lugar do meio devido à ausência do túnel de transmissão.
E, quase como prova de que esse espaço não foi conseguido à custa do encolhimento do porta-bagagens, assinale-se os 610 litros de capacidade, que podem crescer até 1.770 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Claro que o protagonista do habitáculo do EQS é o revolucionário (e opcional) Hyperscreen MBUX, o maior e mais "inteligente" painel digital alguma vez montado num automóvel.
Com 141 centímetro de comprimento, agrupa três monitores independentes sob uma superfície curva quase a toda a largura do tabliê.
O painel de instrumentos tem 12,3 polegadas, seguido do ecrã táctil multimédia, ao centro, de 17,7 polegadas, e o visor de 12,3 polegadas para o passageiro da frente
Foi criado um novo nível de interacção com o condutor, em que todas as informações necessárias e personalizadas são colocadas à frente dos seus olhos, evitando distracções desnecessárias.
Graças às funções de inteligência artificial, o sistema aprende rapidamente as preferências e hábitos do condutor.
A informação é projectada ou escondida em segundo plano, dependendo do que aprende com o uso do utilizador, com a voz e os comandos gestuais a contribuírem para essa experiência.
Sob o EQS há muitos e novos recursos, a começar pelas baterias de iões de lítio, que aumentaram em 26% a densidade de energia em relação ao EQC.
Os carregamentos podem ser feitos em corrente contínua (DC) até 200 kW, o que permite adicionar 280 quilómetros de autonomia em apenas 15 minutos no EQS 580 4MATIC, subindo para 300 quilómetros no EQS 450+.
Claro que nos pontos de carregamento de corrente alternada (AC), os tempos de carga são muito maiores: dez horas de dez a 100% a 11 kW, ou cinco horas a 22 kW, que é a alimentação do carregador opcional integrado.
E a confiança da Mercedes na fiabilidade e longevidade das suas baterias é tão elevada que é oferecida uma garantia de fábrica de dez anos ou 250 mil quilómetros, sendo a mais longa existente no mercado.
As rodas dianteiras do EQS estão ligadas por quatro braços, enquanto as traseiras estão apoiadas num sistema multilink, em tudo semelhante ao que equipa o Mercedes Classe S
Dispõe de suspensão pneumática e amortecedores electrónicos com resposta variável contínua ajustada a cada roda.
A suspensão está concebida para manter a mesma altura ao solo, independentemente do peso a bordo, mas também pode ser variável, para reduzir a resistência aerodinâmica e promover a estabilidade.
No modo de condução Comfort (Sport, Eco e Individual são as outras três selecções), por exemplo, a carroçaria é rebaixada em 10 mm acima dos 120 km/hora, e em mais 10 mm acima de 160 km/hora.
Abaixo dos 80 km/hora, a carroçaria retoma a posição normal, podendo ser elevada até 25 mm a 40 km/hora com o simples toque de um botão.
A selecção é particularmente útil para uma lomba ou aceder à garagem, descendo automaticamente para a posição inicial aos 50 km/hora.
À semelhança do Classe S, o eixo traseiro do EQS é direccional, podendo girar as rodas até 4,5º em todas as versões, ou, opcionalmente, 10º no sentido oposto às rodas dianteiras, para um diâmetro de volta de apenas 10,9 metros.
A lista de sistemas de segurança e apoio à condução é das mais extensas actualmente existentes.
O EQS está ainda preparado para condução semi-autónoma de nível 3, que só estarão disponíveis em meados do próximo ano em alguns mercados e numa faixa de velocidade reduzida.
Desconhecida é a data em que o "eléctrico" topo de gama irá chegar ao mercado e por que valores.
O que já foi desvendado é que o lançamento da berlina far-se-á com uma versão especial baptizada de Edition One.
Terá uma pintura exclusiva em dois tons e a edição estará limitada apenas a 50 unidades.
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