Nada como falar de um restomod tresloucado, um dia depois da celebração do Dia Mundial do Carocha na quarta-feira.
Apoiado no nome homónimo da preparadora germânica, o Milivié 1 é a última reinterpretação do Volkswagen Type 1 onde a electricidade não tem lugar.
Todavia, contra o ideal "carro do povo" em que originalmente foi idealizado, esta proposta limitada a 22 exemplares é inacessível ao comum dos mortais pelo seu valor estratosférico.
O mundo do restomod tem-se distinguido nos últimos anos ao pegar em "clássicos" para lhes darem um tratamento específico que melhora o conforto e a qualidade de condução.
O Volkswagen 1303 do doador serve de base ao Milivié 1 mas quase todos os seus elementos estruturais tiveram um tratamento específico para uma melhor aerodinâmica e um visual mais contemporâneo.
Os painéis da carroçaria, embora novos, respeitam o desenho original enquanto os faróis e os farolins foram totalmente redesenhados.
O capô foi movido oito centímetros, em total contraste com o de origem graças a um spoiler em forma de "cauda de pato", a que somam o escape duplo central e as jantes em liga leve de 19 polegadas.
É dentro do habitáculo que se percebe a verdadeira revolução de que o "carocha" foi alvo, seguindo a tendência minimalista dos modelos contemporâneos.
Se o volante de três raios mantém o espírito clássico, o mesmo não se pode dizer dos ecrãs gémeos de 12,3 polegadas sobre o tabliê para a instrumentação e o infoentretenimento.
A consola central tem um espaço de armazenamento decalcado do protótipo Type 1 de 1938, área de carregamento sem fio para dispositivos móveis e várias entradas USB.
O sistema de som será "inteligente" enquanto tecnologias como ar condicionado, câmara dupla, sensores de estacionamento ou luzes automáticas estão presentes.
Os especialistas do restomod têm sido dos mais entusiastas a trocarem motores de combustão por sistemas motrizes totalmente eléctricos.
Não é o caso deste Volkswagen 1303: os técnicos da Milivié optaram antes por um bloco a gasolina tetracilíndrico de 2.28 litros arrefecido a ar, embora não tenham avançado números sobre o seu desempenho.
A preparadora adiantou, no entanto, que potência e binário são passados às rodas traseiras através de uma caixa automática ZF de quatro relações, que também pode ser operada de forma manual.
A suspensão, com amortecedores de tubo duplo, tem afinações específicas enquanto o chassis é configurado de acordo com o perfil de condução do proprietário.
As reservas para o Milivié 1 já estão abertas, estando igualmente definido o mês de Julho de 2023 para a entrega do primeiro carro.
Com uma produção limitada a 22 unidades, correspondente a uma por cada milhão de "carochas" vendidos em toda a sua carreira, cada exemplar custará qualquer coisa como 570 mil euros.
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