Linhas fortes e sedutoras, cheias de personalidade e a inaugurarem uma nova linguagem de "design" na VW, pelo menos no que à frente diz respeito, originando um SUV atraente com ar bem compacto e sólido mas, ao mesmo tempo com um toque desportivo que lhe transmite aquele apelo emocional. É assim o T-Roc, o "nosso" novo bebé da Autoeuropa que já começa a sair das linhas de fabrico de Palmela e que se há-de espalhar por todo o Mundo em volumes nunca vistos desde aquela unidade!
Perante centenas de jornalistas reunidos no Lado di Como (Itália), bem próximo do local onde, anualmente, se celebra o Concurso de Eleganza de Villa d’Este, hoje foi a vez do VW T-Roc mostrar as suas linhas e justificar as suas ambições quando chegar ao mercado, em Novembro. A fábrica de Palmela foi referida como estando já a produzir a nova estrela da VW que arranca uma forte ofensiva da marca no campo dos SUV’s e não terá sido por acaso que o ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral, foi a primeira pessoa a ser apresentada, logo no arranque do evento!
Diess revelou as razões da aposta nos SUV e os planos específicos para os próximos meses: "O volume de vendas de SUV vai duplicar nos próximos dez anos, na Europa, China e América do Norte, até atingirmos os 11 milhões de unidades em 2027. Em especial os modelos mais pequenos e os compactos. Até ao final deste ano contamos mostrar o novo Touareg e, no próximo, teremos o T-Cross. E o "concept" ID Cross mostrou que continuaremos a aposta nos SUV mesmo na nossa gama eléctrica. Dentro de alguns anos teremos 19 modelos do tipo SUV ou ‘crossover’ que representarão 40% das novas vendas".
O T-Roc é feito sob a mesma plataforma do VW Golf mas Diess defende: "com este carro vamos subir um patamar, com um ‘design’ e uma tecnologia que nos vão colocar numa nova liga". Baseado na mesma versão da plataforma MQB (que serve todos os modelos do Grupo VW com motores transversais) que é usada pelo Audi Q2, tendo até a mesma distância entre eixos (2,60 m contra os 2,64 m de um VW Golf), o T-Roc começa logo por se distinguir pela sua frente, em que os faróis diurnos e os piscas estão num elemento mais em baixo, separado das ópticas principais.
É verdade que o T-Roc consegue uma forte personalidade nos seus 4,23 m – menos 26 cm que um VW Tiguan e menos 3 cm que um VW Golf – que é passada para o interior, em que o "tablier" espelha, de certa forma, o "design" e o conceito da nova dianteira. Formas bem definidas, espaço muito limpo de comandos supérfluos, com o ecrã táctil de 10’’ bem no meio, entre as duas saídas da ventilação, cujos comandos estão por baixo.
Apesar de ser mais curto e ter menor distância entre eixos que um Golf (mas tem mais 8 cm de altura ao solo), oferece uma habitabilidade melhor, com mais espaço para os ombros, enquanto o desafogo para as pernas dos passageiros do banco de trás é muito razoável. O que é notável é o aumento do volume da bagageira, devido à forma do próprio carro, com os 440 litros a envergonharem os 385 litros do Golf! Podendo até chegar aos 1290 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.
Mas onde o VW T-Roc se quer destacar da concorrência é na real possibilidade de sair da estrada para uns belos passeios pela natureza, contando para isso com um sistema de tracção integral Haldex 5 que "chama" as rodas traseiras a intervir sempre que acha importante ter maior capacidade de tracção. O sistema de tracção integral está disponível de série nos motores de 190 cv e como opção nos de 150 cv.
Utilizando a plataforma MQB significa que o T-Roc pode usar todos os mais modernos sistemas electrónicos desenvolvidos pelo Grupo VW, estejamos a falar de conectividade para a interacção com os "smartphones" ou dos dispositivos mais evoluídos de assistência à condução. O novo SUV da VW contará, assim com "cruise control" activo, travagem de emergência em cidade com detecção de peões, assistência de condução nos engarrafamentos, auxílio ao estacionamento e mais uns quantos elementos, alguns dos quais farão parte da lista de opcionais.
A VW chegou tarde ao mundo dos SUV, a própria marca reconhece que demorou a acordar para este fenómeno, mas agora está a entrar com a força que se lhe reconhece. E é com este carro feito em Palmela – espera-se que a produção chegue às 200 mil unidades anuais, coisa nunca vista e que será mais um "boost" nas nossas exportações! – que vai começar a recuperar o terreno perdido. Olhando para o T-Roc diríamos que a concorrência terá de se pôr já à defesa!