Lançado em 2007, o Nissan Qashqai estabeleceu as bases para um dos segmentos que mais cresceu nos últimos anos, o dos SUV’s compactos. Agora, três milhões de unidades vendidas depois, o modelo nipónico chega à terceira geração e apresenta-se com um design muito distinto, electrificado e mais conectado. Mas será que isto chega para voltar a ser uma referência?
Para esta nova geração, a Nissan manteve os princípios que ditaram as bases do Qashqai, mas foi em busca de novos argumentos que prometem fazer deste um modelo tão bem sucedido quanto o original.
Tudo começa na imagem, tal como tinha acontecido com o primeiro Qashqai. Se nessa altura, em 2007, o SUV da Nissan apanhou toda a gente de surpresa, agora, volta a propor uma evolução notável no campo da imagem, ainda que continuem a existir muitos pontos em comum com os restantes modelos da gama da marca japonesa, nomeadamente com o Juke.
Na dianteira, destaca-se a grelha "V-Motion" de grandes proporções e a assinatura luminosa em LED, elementos que ajudam a reforçar a sensação de largura do modelo e que oferecem uma imagem mais agressiva ao conjunto.
De perfil, saltam à vista as jantes de 20’’, uma das maiores novidades desta geração do Qashqai, que até aqui só estava disponível com jantes de 19’’. As jantes de grandes proporções ajudam a encher as cavas das rodas musculadas e contribuem muito para a sensação de robustez deste SUV, que está disponível com 11 cores de exteriores e cinco combinações bicolor.
Recorde-se que o design do novo Qashqai foi liderado pelo centro europeu da marca, no centro de Londres, no Reino Unido.
Dentro do habitáculo, o primeiro aspecto a abordar tem de ser, obrigatoriamente, o espaço disponível, já que o Qashqai cresceu em todos os sentidos, graças à plataforma CMF-C da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. O comprimento passou para os 4425 mm (+35 mm), ao passo que a largura cresceu para os 1838 mm (+32 mm). A altura passou para os 1636 mm (+10 mm) e a distância entre-eixos para 2666 mm (+20 mm).
Graças a este aumento, o Qashqai passou a contar com mais 28 mm de espaço para as pernas nos bancos traseiros, sendo que a maior altura da carroçaria permitiu aumentar o espaço para a cabeça de quem viaja nos bancos posteriores em 15 mm.
Falando da bagageira, mais 50 litros disponíveis por comparação com o modelo da geração anterior, para um total de quase 480 litros.
Mas se o maior espaço a bordo é muito bem-vindo, foi o reforço tecnológico e a maior qualidade de acabamentos que mais nos impressionou. Pela primeira vez o Qashqai apresenta-se com um painel de instrumentos totalmente digital, com 12,3’’, que é complementado por um sistema de head-up display com 10,8’’.
Ao centro, mais novidades, a começar por um ecrã táctil de 9’’ compatível (sem fios) com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay. Ao contrário do que muitas marcas têm vindo a fazer, a Nissan optou por manter comandos físicos para a climatização, mas acrescentou um carregador sem-fios para o smartphone e várias entradas USB e USB-C. Este Qashqai pode ainda contar com WiFi, funcionando como hotspot para um total de até sete dispositivos.
Além de mais espaço e de mais tecnologia, a Nissan também procurou oferecer uma experiência a bordo mais confortável e mais premium. Para isso recorreu a materiais de maior qualidade e dedicou ainda mais atenção aos detalhes e aos acabamentos, com destaque para o material usado nos bancos e no tablier. O resultado é um habitáculo mais luxuoso e que coloca este Qashqai ao nível do que melhor se faz no segmento. Destaca-se ainda uma nova iluminação ambiente branca que é utilizada um pouco por todo o habitáculo.
No campo da segurança, o Qashqai apresenta-se com a mais recente versão do sistema ProPILOT e conta com controlo automático de velocidade com função Stop & Go e sistema de leitura de sinais de trânsito, bem como com um sistema que ajusta a velocidade à entrada das curvas com base nos dados do sistema de navegação.
Os faróis LED também são inteligentes e contribuem para a maior oferta tecnológica deste modelo, uma vez que são capazes de desactivar um ou mais dos 12 feixes individuais de luz sempre que detectam um veículo em sentido contrário.
Nesta terceira geração, o Qashqai "deixou cair" de vez as motorizações Diesel e viu todas as versões a gasolina serem electrificadas.
A já conhecida versão 1.3 DIG-T, que aqui surge associada a um sistema mild-hybrid de 12V, está disponível com dois níveis de potência: 138 e 156 cv.
Mas a maior novidade é a motorização híbrida e-Power, que conta com um motor a gasolina que assume as vezes de gerador, não estando sequer associado ao eixo motriz, com a propulsão a ser garantida apenas pelo motor eléctrico de 188 cv (140 kW).
Este sistema é formado por um motor eléctrico, por um motor a gasolina (1.5 l com 154 cv), um inversor, um gerador de energia e uma pequena bateria. No total temos à nossa disposição um total de 188 cv e 330 Nm de binário.
Além do maior espaço a bordo, a nova plataforma CMF-C também permitiram à Nissan montar uma suspensão e direcção totalmente novas.
Na dianteira, a suspensão do tipo MacPherson actualizada é comum a todas as versões, ao contrário da suspensão traseira.
Os modelos com tracção dianteira e jantes de até 19’’ adoptam um eixo de torção na suspensão traseira, ao passo que as versões de 20’’ e tracção integral surgem equipadas com uma suspensão traseira independente, com um esquema multi-link.
A direcção também foi melhorada, com a Nissan a prometer uma melhor resposta e um melhor tacto. A somar a tudo isto, esta nova plataforma ainda permitiu alcançar uma rigidez estrutural superior em 41%, bem como uma poupança de 60 quilos no peso total do conjunto.
A entrega dos primeiros exemplares do Qashqai está prevista para o Verão, com os preços a arrancarem nos 33.600 euros para a edição especial de lançamento, designada Premiere Edition. Em Portugal, esta variante comemorativa do lançamento do modelo está disponível com o motor 1.3 DIG-T de 138 ou 156 cv (caixa automática) e conta com uma pintura bicolor.