A BMW aproveitou a presença no Salão Automóvel de Frankfurt para levantar o véu do novo BMW M8 GTE. A maior novidade? O facto da versão de competição aparecer antes do modelo de produção que lhe dá o nome… e a forma, antecipado pelo BMW M8 Concept.
Esta versão foi criada para substituir o lugar do (antigo) M6 GTLM e do Z4 GTE. O mesmo é dizer que este M8 GTE é o novo topo de gama de competição da marca de Munique e assinala o regresso oficial da BMW ao circuito de La Sarthe desde 2011, altura em que participou com o M3 GT2. E quer fazê-lo pela "porta grande", com uma vitória na sua categoria já no ano de estreia, tal como a Ford fez no ano passado com o GT.
Para isso a fabricante germânica vai contar com um bloco V8 biturbo de 4.0 litros que tem por base o mesmo bloco que equipa os modelos de produção. Porém, esta versão foi afinada para competição e debita uns impressionantes 500 cv de potência, sendo que está acoplado a uma caixa sequencial de seis velocidades.
Importa voltar a recordar que uma vez que o modelo final de produção ainda não foi apresentado grande parte do desenvolvimento deste BMW M8 GTE foi feito através de simulações em computador. Sobretudo no que ao desenvolvimento do controlo de tracção diz respeito.
Isto já para não falar na forma final desta "máquina" de competição, onde as simulações virtuais também ajudaram a mostrar o caminho. A BMW "usou e abusou" da fibra de carbono e isso permitiu manter o peso controlado. O peso total é de 1225 quilos.
Este é o carro em que todos queremos ver António Félix da Costa atacar as maiores clássicas da Resistência mas, sobretudo, as 24 Horas de Le Mans. E logo num ano em que o Mundial de Resistência se irá disputar em novos moldes, com um calendário "tipo futebolístico" que passará de um ano para o outro, devendo mesmo contar com… duas edições de Le Mans, pois encerrará com a corrida de 2019! O piloto português já tinha visto o M8 GTE ao vivo, mas ainda não o testou.
"Estava previsto participar no segundo dos dois testes já feitos, mas houve um teste de Fórmula E e fiquei impedido de ir. Nos testes do GT a equipa usa quatroa seis pilotos, enquanto na Fórmula e somos só dois…".
Agora que o M8 GTE foi apresentado com a decoração oficial, Félix da Costa ficou encantado com o que viu! E recordou a construção do carro que foi autêntico trabalho de equipa:
"Para fazer este carro, a BMW recorreu a todos os seus pilotos, dos GT, da Fórmula E e do DTM. Quis ouvir a opinião de cada um acerca de variadíssimos pontos, nomeadamente do ‘cockpit’, como a posição do volante, os bancos, até o brilho do ecrã em que temos as informações", contou-nos o piloto português.
"Porque cada um de nós tem a sua experiência e eu tentei passar um bocadinho da minha, coisas até que aprendi a ver o Sebastian Vettel a fazer o banco do seu F1 e os detalhes a que se chega de pequenas partes que não podem ficar assim porque o cotovelo pode ali bater… Cada piloto contribuiu com a sua parte".
Em breve chegará a sua hora de se sentar ao volante do BMW M8 GTE que tem vários testes planeados, antes da estreia, em Janeiro, nas 24 Horas de Daytona, nomeadamente com passagens por Portimão e Monza.
"A equipa quer ganhar Le Mans logo no primeiro ano, esse é o objectivo e se a Ford o conseguiu com o GT, a BMW também o pode conseguir!". Esperamos que com António Félix da Costa ao volante de um dos M8 GTE, até porque, este ano, os organizadores do Mundial de Resistência e da Fórmula E colocaram-se de acordo e não haverá qualquer coincidência de datas entras as provas dos dois campeonatos.
Resta-nos agora aguardar pela revelação da versão de estrada que esteve na base desta proposta. Mas a avaliar pela estética deste M8 GTE, os fãs da fabricante alemã podem ficar descansados…