Tínhamos dúvidas em relação ao carro mais bonito do mundo, mas agora temos a certeza quanto ao mais feio: chama-se Hispano Suiza Carmen e foi apresentado no Salão de Genebra.
Nos anos 20 e 30 do século passado, a elegância e a imponência eram argumentos da marca. Mas o Hispano Suiza do séc. XXI parece um blindado de transporte de valores. Pode apresentar asas, difusores e todos os requintes aerodinâmicos e uma traseira original, mas não se parece com nada.
Salva-se a originalidade da proposta da motorização eléctrica, com dois motores no eixo traseiro que garantem uma potência combinada de 1.005 cv ou o pacote de baterias, em forma de "T" na base da carroçaria. Mas temos dúvidas: colocar tanta potencia no chão, num modelo com 1.690 kg, não parece a melhor ideia do mundo...
Os 250 km/h anunciados não impressionam ninguém, apesar de os dois segundos para a aceleração de 0 a 100 km serem interessantes para um modelo com estas características.
Mas o regresso da Hispano Suiza ficou muito aquém do prestígio (e respeito) que o nome merece. A mítica marca espanhola foi fundada em 1904. Produziu motores notáveis para a aviação e construiu automóveis que rivalizavam (ou ultrapassavam) ao nível do luxo, requinte e tecnologia com as marcas mais prestigiadas como a Rolls Royce.
Afirmou-se como uma referência, mas não resistiu às mudanças que a II Guerra Mundial trouxe ao mundo. Mais de um século depois, Miguel Suqué Mateu, bisneto do fundador, decidiu fazer renascer a Hispano Suiza, mas como diziam os mais velhos: "A montanha pariu um rato"...
A Hispano Suiza Cars tem um contencioso sobre a propriedade do nome com a Hispano Suiza Automobilmanufaktur AG alemã. Mas se isso é uma questão para os tribunais, os espanhóis querem produzir 19 unidades do Carmen, que pode ser vendido por 1,5 milhões de euros, antes de impostos. Resta saber se há 19 interessados "nesta coisa"...