Paralelamente à apresentação das novidades que marcaram o Salão Automóvel de Los Angeles, a Jaguar fez a diferença com a apresentação do novo/velho XKSS no Petersen Museum, onde está
patente uma
exposição sobre a Bugatti, para além de uma colecção notável. Este é um local de culto para quem vibra com os automóveis e a sua história. E, se há histórias com um final feliz, a do KXSS é exemplar: foi um dos nove modelos que os EUA esperaram durante 59 anos. Tardou, mas chegou ao destino...
Entre 1955 e 1957 a Jaguar dominou as 24 Horas de Le Mans, mas depois de três vitórias consecutivas decidiu afastar-se da competição. Foi uma decisão abrupta. Na fábrica de Bronws Lane, em Coventry, existiam 25 chassis prontos para dar origem a outros tantos carros de competição. Para os rentabilizar, os britânicos decidiram criar versões de estrada – XKSS – destinados a serem vendidos no mercado americano.
Foram produzidas 16 unidades, uma das quais adquirida por Steve McQueen, mas a 12 de Fevereiro de 1957 um incêndio destruiu parte da fábrica, bem como todo o material que estava preparado para produzir as últimas nove unidades daquele que talvez tenha sido o primeiro super-carro da história.
Muitas décadas depois, a Jaguar Classic´s – criada para preservar o património dos modelos do Grupo Jaguar/Land Rover e dos seus clientes – decidiu ressuscitar o XKSS. Com base nos projectos originais, com a ajuda de imagens 3D de modelos existentes e recorrendo aos processos artesanais e industriais de 1957, decidiu produzir as nove unidades destruídas no incêndio.
É difícil classificar este modelo, que é muito mais do que uma réplica, mas também não é um original. Mas a história que lhe está subjacente atraiu interessados nos quatro cantos do mundo. O XKSS de 1957, construído em 2016, foi aplaudido de pé no Petersen Museum, mesmo tendo em conta o preço de cada uma das nove unidades rondar um milhão de libras (cerca de 1,16 milhões de euros). Pode parecer um exagero ou uma loucura, mas talvez nem seja tanto assim.
Só em mão-de-obra, na produção deste XKSS terão sido gastas cerca de 1 500 horas de trabalho, esquecendo todo o (muito) trabalho de investigação necessário. Feitas as contas, 773 euros/hora de trabalho para um peça como esta está longe de ser um preço exorbitante, e por isso os nove modelos anunciados já estão todos vendidos.