Não é que o Salão Automóvel de Frankfurt não mantenha o seu brilho mas a ausência de importantes marcas no evento tira-lhe o fulgor que conseguiu em edições anteriores.
Custos associados à presença neste tipo de acontecimentos, e a vontade de darem maior relevo aos seus modelos levaram construtores como a Mazda, Nissan, Peugeot, Toyota e Citroën, entre um enorme rol de marcas, a primarem pela ausência.
Num espaço dominado pelos construtores alemães – afinal, estão a "jogar" em "casa" – e afastada que está (aparentemente) a polémica do ‘dieselgate’, o certame deste ano assume uma predominância ainda mais notória da energia eléctrica face aos combustíveis fosseis.
É que 2020 está mesmo ao virar da esquina, ano em que entrarão em vigor as pesadas restrições de emissões poluentes impostas pela União Europeia.
Girar à volta da electricidade
Esta terça-feira, primeiro dos dois dias destinada apenas para os órgãos de comunicação social antes de abrir as portas, na quinta-feira, ao público, foram já feitas diversas estreias.
O
Opel e-Corsa surge, aqui, como uma das principais estrelas do salão ou não fosse uma das principais apostas da marca germânica para um segmento tão concorrencial como onde o modelo se insere.
Prevista para entrar em produção no final deste ano, a versão 100% eléctrica promete seguir o sucesso do "irmão" equipado com motorizações a gasolina e gasóleo.
E nada melhor para fazer a apresentação do modelo do que Jürgen Klopp, treinador que levou o Liverpool à conquista da última Liga dos Campeões contra o Tottenham.
Em plano de destaque no stand da marca alemã está igualmente a versão
para as pistas de rally, mas ainda em fase de protótipo.
Mesmo ao lado está o já conhecido
Grandland X Hybrid 4, um 4x4 ‘plug-in’ com uma autonomia de 50 quilómetros em modo totalmente eléctrico.
Outro campeão de vendas que mereceu realce foi o renovado Opel Astra, com novas motorizações que, de acordo com a marca, permite reduzir até 21% nas emissões poluentes.
Na noite de segunda-feira, já a Volkswagen tinha mostrado ao "vivo" o VW ID.3, a sua grande aposta na mobilidade 100% eléctrica.
Com autonomias a variarem entre 330 e 550 quilómetros, dependendo das variantes, o modelo será proposto pelo construtor germânico com um preço abaixo da barreira psicológica dos 30 mil euros, pelo menos na Alemanha.
Outro modelo que ocupava espaço de relevo no stand foi o VW e-Up!, alvo não apenas de uma renovação das suas linhas, mas também da capacidade da bateria.
O citadino incorpora agora uma bateria de 32,3 kWh para uma autonomia até 260 quilómetros.
Entretanto, a BMW tomou bem conta do tempo que tinha disponível para fazer uma apresentação em gran-de estilo.
O caso não era para menos já que, no centro das atenções estava o protótipo
Vision M Next, um super carro híbrido ‘plug-in’ com mais de 600 cv e uma autonomia de 100 quilómetros em modo puramente eléctrico.
O supercarro quase que fez "esquecer" que, mesmo ao lado, estava o protótipo do futuro BMW Série 4, com as linhas já muito próximas daquele que irá para produção.
Regresso ao mundo da terra
Entretanto, as luzes começaram a girar de forma louca para apresentar o
novíssimo Land Rover Defender, o marcante ‘todo-o-terreno’ do construtor britânico que esteve quase para ser liquidado.
O entusiasmo dos presentes foi bem impressionante ou não se estivesse a falar-se de um modelo que, desde a sua primeira versão, ajudou também a fazer a história do automóvel na segunda metade do século XX.
Mesmo não sendo já uma novidade, um enorme interesse despertou o novo
Mini 100% eléctrico, com autonomias entre 235 e 270 quilómetros.
Até ao final do dia, mais novidades irão ser reveladas no Aquela máquina, à medida que as marcas forem fazendo as suas apresentações.