Mais e melhor tecnologia tem tornado a condução automóvel mais segura e confortável, mas há inovações tecnológicas à mão do condutor que podem colocá-lo perante riscos inesperados e quase imperceptíveis.
Um estudo da IAM RoadSmart, encomendado à TRL, afirma, preto no branco, que o uso dos sistemas tácteis Apple CarPlay e Android Auto ao volante é mais perigoso do que guiar alcoolizado ou sob o efeito de um "charro".
À primeira vista, o relatório tem tudo para ser olhado com desconfiança, mas as conclusões avançadas pela organização britânica de segurança rodoviária são bem esclarecedoras.
Tirar os olhos da estrada para mexer no sistema de infoentretenimento, a uma velocidade de 110 km/hora e por um período até 16 segundos (equivalente a uma distância de 500 metros), resulta num tempo de reacção ainda pior do que falar ou enviar uma mensagem por telemóvel.
O estudo constatou que os automobilistas que conduzem com o limite legal de álcool (0,49 g/litro) viram os tempos de reacção diminuírem em 12%, enquanto os consumidores de ‘cannabis’ têm uma reacção 21% mais lenta.
No envio de uma mensagem por telemóvel, o tempo de reacção pode reduzir-se até 35% enquanto falar ao telemóvel pode descer para os 46%.
Se estas percentagens já são, de si, esclarecedoras para os riscos associados à condução, mais espantoso é perceber que o uso do Android Auto atinge os 53%, enquanto no Apple CarPlay dispara para os 57%.
Outra conclusão retirada do relatório é a diminuição do controlo do automóvel na faixa de rodagem ou a manutenção de uma distância segura para o veículo que o precede quando se interage com os sistemas de infoentretenimento.
Mais grave, no entanto, é a subestimação que o condutor tem do tempo que "perde" a mexer no Android Auto ou no Apple CarPlay, que pode ir até cinco segundos.
Pior é saber que o tempo de reacção é ainda mais reduzido quando o condutor tenta seleccionar uma canção através de plataformas musicais de ‘streaming’.
"Embora desejemos que os sistemas de infoentretenimento sejam revistos no futuro, aconselhamos os condutores a usá-los da maneira mais segura possível", afirmou Neil Greig, director da divisão de investigação da IAM RoadSmart.
Uma das medidas mais inteligentes do condutor deverá passar pela sua configuração antes de iniciarem a viagem.