O Outono decidiu mesmo assumir-se, este ano, como uma estação do frio e da (ainda pouca) chuva. As temperaturas baixas são já uma realidade, mas vão ganhar novo impulso (para baixo) já esta quinta-feira.
O Instituto de Meteorologia alertou que as temperaturas máximas vão "cair" 8° C devido a uma massa de ar muito fria vindo da Irlanda, acompanhadas de vento forte e queda de neve nas terras altas a partir dos mil metros de cota.
Só no domingo é que as previsões apontam para uma ligeira subida da temperatura, mas nunca para os valores que temos sentido até esta quarta-feira, já a preparar a população para o Inverno que nos espera.
Se na rua as pessoas vão ter de vestir várias camadas de roupa para se protegerem do frio, quem anda na estrada está obrigado a tomar outras precauções.
Uma atitude pró-activa, perante o cenário que se avizinha, pode ser a diferença entre ter um acidente ou chegar bem ao seu destino.
Sendo os elementos que mantêm o carro "agarrado" à estrada, é de todo o interesse do condutor verificar o estado em que os pneumáticos se encontram.
As baixas temperaturas fazem com que a borracha do pneu perca elasticidade, o que se torna um problema quando circulamos numa estrada "afogada" em água ou "recheada" de gelo, como costuma suceder no interior do país.
É, por isso, importante, fazer uma revisão ao estado dos pneus e tê-los com a pressão adequada, mas isso já o nosso leitor deve sobejamente saber.
Um desgaste significativo do rasto é meio caminho andado para nos emocionarmos nas travagens em piso molhado face à falta de aderência.
Talvez algo que lhe possa passar ao lado é que, quanto mais frio faz, mais reduzida é a pressão dos pneumáticos.
A título de exemplo, encher um pneu a 2.0 bar com uma temperatura ambiente de 20° C, corresponde a 1.8 bar quando ele é enchido a 0° C, uma diferença que pode não ser tão mínima como aparenta ser.
Faróis limpos e lâmpadas em boas condições são essenciais para circular à noite ou quando a visibilidade durante o dia é muito reduzida.
Esta "verdade" de La Palice assume particular importância nesta época do ano, já que os resíduos e sujidade projectados pelos outros carros criam uma película que reduz a nossa visibilidade.
Se a isso somarmos a intensidade da chuva, verificamos que rapidamente podemos ficar "cegos" em relação ao que se passa à nossa frente.
O ar condicionado assumiu-se, desde há vários anos, um sistema essencial em qualquer automóvel, e não é só para manter o ambiente mais quente ou mais fresco dentro do habitáculo.
Quando os vidros do carro estão demasiado embaciados, a melhor forma de obrigá-los a voltar à sua "visibilidade" original é ligar o ar condicionado.
O recarregamento atempado do sistema pode evitar que os nervos fiquem à flor da pele quando mais precisamos de o utilizar.
Todas as oficinas nos alertam para a necessidade de substituir as escovas do limpa pára-brisas quando chegam as chuvas do Outono, após um Verão com temperaturas inclementes.
Face ao sol impiedoso, a borracha das escovas primeiro seca, para depois começar a desfazer-se na limpeza das primeiras bátegas.
Claro que muitos de nós fazem ouvidos moucos ao que o mecânico nos diz, pensando que é mais uma maneira de aumentar a factura da manutenção do carro.
Quando verificamos a perda da sua eficácia, ao ponto de riscarem o próprio pára-brisas, vemos que o conselho faz todo o sentido.
Escovas trocadas e tudo voltou ao normal, certo? Talvez ainda não… Antes de "fugir" para dentro do automóvel devido à força da chuva, talvez seja uma boa ideia limpar as lâminas das escovas.
A água, em contacto com os resíduos atirados para o pára-brisas pelos outros carros, acaba por sujá-las e riscarem o vidro… para além de não o limparem em condições para vermos o que se passa à nossa frente.
Por fim, verifique regularmente o nível do líquido do limpa pára-brisas e, caso ele esteja em falta, ateste-o com um produto específico mas pouco abrasivo, misturado com um anticongelante específico.
E, para quem vive nas terras frias do nosso país, tenha sempre à mão uma espátula para raspar o gelo que congelou nos vidros.
Ah! E nunca atire com água quente para cima deles para não ter surpresas desagradáveis! O aumento repentino da temperatura provoca a expansão de pequenas rachas e riscos no vidro produzidos durante a circulação normal em estrada.
Se há algo que enerva solenemente qualquer automobilista já atrasado para um compromisso, vulgo emprego, é o carro não ligar quando dá à ignição… principalmente quando a bateria já deu sucessivos alertas para o que estaria prestes a suceder.
Tenha, por isso, o cuidado de inspeccionar o estado em que ela se encontra, por ser um elemento fundamental para movimentar a viatura.
O frio reduz a capacidade de carga da bateria, e as temperaturas baixas são mais exigentes para o arranque do motor, componentes electrónicos, luzes, aquecimento, ar condicionado e alternador.
À partida, uma bateria de qualidade assegura cinco anos de serviço sem problemas, mesmo face a condições climatéricas mais difíceis.
No tempo frio, no entanto, não deixe de apertar as ligações e de limpar todas as superfícies para evitar falhas eléctricas.
Para além da bateria, tenha também em atenção as velas de ignição, já que as temperaturas baixas obrigam a um esforço suplementar no arranque.
Se o motor pegar com dificuldade a frio ou o ‘ralenti’ estiver irregular, está na altura de fazer um "pedido" especial ao mecânico para as verificar.
É aquele fluido essencial para lubrificar os vários componentes mecânicos do motor, que no tempo frio pode reduzir essa capacidade de lubrificação.
O óleo do motor deve estar dentro do tempo de serviço indicado pela marca e, caso o propulsor já tenha "comido" algum, como é vulgar suceder, ateste o nível.
Também o fluido refrigerante é essencial para o correto funcionamento do circuito de arrefecimento do motor.
A sua missão passa por evitar o sobreaquecimento de componentes como os pistões ou a junta da cabeça.
É importante a sua substituição regular, acompanhado de um anticongelante, já que pode afectar directamente a vida de outro elemento fundamental do sistema de refrigeração dos veículos: a bomba de água!
Já agora, verifique também a integridade das tubagens. Evita-se, desta forma, o risco de um tubo mais ressequido lembrar de rasgar-se, com as inevitáveis (e graves) consequências para o motor.
Os travões são um dos componentes que mais desgaste sofrem com a condução em condições climatéricas adversas.
Com chuva, a distância da travagem duplica mas, com o gelo, pode multiplicá-la por dez. Nesta altura do ano, é imprescindível fazer uma revisão aos discos, às pastilhas e ao líquido dos travões.
É um hábito que praticamente caiu em desuso, o aquecer o motor logo pela manhã, principalmente porque não traz qualquer benefício aos automóveis actuais.
Além de sobrecarregar o catalisador, reduz a eficiência das velas e consome combustível de forma inútil.
Inicie a marcha, por isso, logo que possível e conduza de forma moderada até que o motor atinja a temperatura normal de funcionamento.
Para quem anda na estrada, estará em melhores condições para enfrentar, já a partir desta quinta-feira, a chegada do tempo frio? Se seguir estas dicas, quase de certeza de que não terá problemas.
Já segue o Aquela Máquina no Instagram?