Mais de dois anos passados sobre a apresentação do protótipo, é oficialmente revelado o novo Dodge Charger mas agora sem o mítico V8 a alimentá-lo.
A insígnia americana dá agora à escolha duas variantes totalmente eléctricas mas o motor de combustão interna não será de todo abandonado.
Em 2025 chegará uma versão equipada com um bloco biturbo de seis cilindros com dois níveis de potência.
Fica por saber se qualquer uma destes muscle cars terá campo de manobra para actuar no mercado europeu.
É o fim de uma era para a Dodge: enquanto prepara a retirada do Challenger, o construtor americano levanta o véu sobre o novo Charger Daytona eléctrico.
Tamanho não falta à oitava geração deste muscle car, como confirmam os quase 5,25 metros de comprimento por 1,50 de altura.
O desportivo de produção veste praticamente todos os elementos do protótipo de que deriva, diferenciado pela grelha R-Wing que melhora a sua aerodinâmica.
A assinatura luminosa transversal, à frente e atrás, faz com que o bólide pareça ainda mais largo do que os 2,02 metros que tem de distância.
As rodas de 20 polegadas são "calçadas" com pneus Eagle F1 da Goodyear, com 305/35Z R20XL à frente e 325/35Z R20 XL atrás.
A travá-lo está um sistema desenvolvido pela Brembo com discos de 40 mm de diâmetro, "presos" por pinças de seis pistões na dianteira e de quatro na traseira.
A acompanhar esta entrada no mundo eléctrico, a oitava geração do Charger comporta uma panóplia de tecnologia de ponta.
O piloto pode contar com um painel de instrumentos de 10,25 ou 16 polegadas, um ecrã central multimédia de 12,3 polegadas e um visor head-up.
E, no campo da segurança activa e assistência à condução, dispõe dos sistemas mais evoluídos do momento.
O V8 deu lugar a dois motores eléctricos para darem tracção integral a este desportivo construído sobre a plataforma STLA Large da Stellantis.
Para ele são avançados dois níveis de potência: o Daytona R/T com 370 kW (503 cv) e o Daytona Scat Pack com 500 kW (680 cv).
Claro que estes valores apenas são conseguidos durante 15 segundos ao carregar o botão PowerShot.
A potência baixa 40 cv entre cada "espera" de meio minuto mas, enquanto houver carga na bateria, a função é ilimitada.
O que não muda é a bateria de 100,5 kWh com arquitectura de 400 volts: autonomia até 418 quilómetros na versão menos potente e até 510 na mais diabólica.
A Dodge anuncia que o tempo de carregamento de 20 a 80% da bateria chega aos 27 minutos num terminal rápido de 350 kW.
Mesmo a pesar para lá dos 2.600 quilos, o Charger Daytona Scat Pack cumpre em cerca de 3,5 segundos os zero aos 100 km/hora.
Toda a sua pujança é definida por modos de condução como o Donut, Drift, Drag e Track.
Há ainda o Line Lock, que "elimina" a tracção à frente, e o Launch Control para as melhores partidas numa disputa de velocidade no arranque.
E os melómanos ficarão felizes em saber que o desportivo está equipado com um gerador de som artificial do motor capaz de debitar até 126 decibéis de "poluição" sonora.
O Dodge Charger será proposto nas versões coupé e berlina mas não será apenas em modo eléctrico.
Ambas as carroçarias poderão acomodar um motor biturbo de 3.0 litros e seis cilindros em linha, alinhado com caixa automática e tracção às quatro rodas.
O SixPack S.O., de High Output, coloca 5570 cv no alcatrão enquanto o SixPack S.O, de Standard Output, "apenas" consegue 426 cv.
Sem se saber se o Dode Charger Daytona chegará à Europa, a produção do coupé eléctrico arrancará em meados deste ano.
Já os irmãos gémeos com motores térmicos não entrarão antes de 2025 na linha de montagem, assim como a berlina alimentada a electrões.
E na calha está ainda uma variante SRT mais selvagem para quem achar que as potências originais das novas propostas são pouco emocionantes.
Já segue o Aquela Máquina no Instagram?