Definiu o luxo sobre rodas nas décadas que antecederam a Segunda Guerra Mundial na Europa, para agora regressar às lides automobilísticas em modo eléctrico.
O Carmen Sagrera é a mais recente evolução eléctrica da Hispano Suiza, quando a insígnia espanhola celebra 120 anos sobre a fundação.
São mais de 1.100 cv para o hiper desportivo para uma autonomia a bater nos 480 quilómetros mas são os mais de 2 milhões de euros que custa que o deixam apenas ao alcance de clientes milionários.
Sempre associada ao luxo e ao requinte em vez do puro desempenho, a Hispano Suiza ataca o mundo eléctrico com um hiper desportivo poderoso no ano em que celebra o seu 120.º aniversário.
Derivação mais evoluída do Carmen Boulogne revelado em 2020, o bólide é definido pela pintura Cava Gold, em conjugação perfeita com a grelha a negro cercada pelas ópticas recortadas pelo capô.
O impacto visual é assegurado pelas enorme cavas para acolher rodas de 19 polegadas à frente e de 20 atrás, com o conjunto a ser rematado pela asa bipartida em V a pender sobre a popa.
A traseira é ainda destacada pelo enorme difusor e pelos farolins redondos decorados ao centro com as asas que definem o logótipo da construtora.
As portas de abertura vertical dão entrada a um habitáculo tão impressionante como são as linhas exteriores do hiper eléctrico.
O posto de condução é marcado pela generoso painel de instrumentação digital, alinhado com um ecrã vertical para o infoentretenimento na parte superior da consola central.
As portas e o tabliê, forrados a Alcantara preta, são contrastados com o cronómetro e as saídas de ar em cobre, enquanto os bancos desportivos são forrados a preto e branco com pespontos vermelhos.
A compor o sistema motriz estão quatro motores eléctricos, cada um com 205 kW (279 cv), para uma potência global superior a 1.100 cv, a que somam 1.160 Nm de binário máximo.
Ligados em série a cada uma das rodas traseiras em grupos de dois, permitem ao hiper carro acelerar em 2,6 segundos dos zero aos 100 km/hora.
Novidade é a bateria de 103 kWh, para uma autonomia a rondar os 480 quilómetros entre cargas, quando a anterior de 80 kWh mal chegava aos 400 quilómetros.
Além das novas células, o Carmen Sagrera conta ainda com um sistema de refrigeração mais leve e menos complexo, para um controlo mais eficaz da temperatura e para um menor consumo de energia.
Profundamente aerodinâmico, como se quer num "eléctrico" de altas prestações, o Carmen Sagrera aponta à ligeireza com um monocasco em fibra de carbono.
O mesmo material é usado em apêndices como o difusor e as aletas laterais, com os 1.875 quilos que o carro pesa a serem travados por discos de travão carbono-cerâmicos com 400 mm de diâmetro.
Um pedal de travão mais rígido, associado a afinações específicas na direcção, completam o sistema de travagem.
Já o sistema de suspensão foi desenvolvido para proporcionar um desempenho o mais próximo possível da competição automóvel.
Ambos os eixos apresentam uma suspensão deformável em paralelogramo, com amortecedores e molas helicoidais ajustáveis em dureza e em altura, configuração complementada por uma barra estabilizadora.
A transmissão possui um diferencial virtual autoblocante que garante a transferência eficiente do binário dos quatro motores aos pneus Michelin Pilot Sport 4 S concebidos para pista.
A curiosidade está mesmo na concepção dos pneumáticos, ao exibirem um desenho único inspirado nas cegonhas e nos mosaicos do arquitecto Antoni Gaudí, realçando ainda mais a exclusividade do desportivo.
Nenhum valor foi adiantado para o Carmen Sagrera, mas que deverá ser bem superior aos 2 milhões de euros que custa o Carmen Boulogne, nem quantos exemplares serão construídos.
A Hispano Suiza adiantou apenas que o hiper desportivo será estreado ao público no Festival de Velocidade de Goodwood que acontece de 11 a 14 de Julho no Reino Unido.
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