Há sete meses, a Lotus surpreendeu o mundo automóvel com uma nova proposta que rompeu com os cânones da marca.
Nada mais, nada menos do que um super SUV eléctrico, tendo como alvos o Porsche Cayenne, o Lamborghini Urus ou mesmo o Ferrari Purosangue.
Se a autonomia era já conhecida, a rondar os 600 quilómetros, só agora é que a insígnia britânica pormenorizou as capacidades do sistema motriz.
E está ainda equipada com uma "bateria" de sensores apoiados em vários LiDAR para sustentar os sistemas de segurança e ajuda à condução.
É uma entrada de rompante da Lotus no mundo electrificado, ela que já tinha na carteira o milionário Evija: o Eletre propõe mais de 600 cv na versão menos potente, e uma autonomia até 600 quilómetros.
As cotas do SUV já eram conhecidas, ao cifrarem-se nos 5,10 metros de comprimento por 1,64 de altura e 2,14 de largura.
Os 3,02 metros de distância entre eixos asseguram largueza mais do que suficiente para configurar cinco lugares ou quatros independentes.
A bagageira tem 688 litros de capacidade mas, com os bancos traseiros rebatidos, chega aos 1.532 litros.
Construído sobre um chassis em aço e alumínio, os elementos a preto da carroçaria são em fibra de carbono e os painéis em alumínio.
O capô, os painéis laterais e a parte traseira foram desenhados de forma a direccionar o fluxo de ar e a optimizar a força descendente. Essa ideia está bem reflectida nos dois pequenos deflectores laterais no topo do tejadilho.
As formas imponentes do SUV coupé, reforçadas pelas jantes em liga leve de 23 polegadas, não escondem como é esguio e aerodinâmico.
O espírito desportivo do Lotus Eletre está relativamente distante do que se pode encontrar no habitáculo.
Refinado mas muito minimalista, à conta dos materiais reciclados com acabamentos em fibra de carbono, de fora fica tudo o que é visto com supérfluo.
Os bancos, as portas e o tabliê são envolvidos por uma mistura de pele e tecido sintéticos, e o volante octogonal tem apenas dois pequenos botões de controlo.
O condutor tem atrás do volante um painel de instrumentos muito delgado, tendo ao centro um ecrã táctil de infoentretenimento de 15,1 polegadas.
Soma-se ainda um visor head-up com realidade aumentada no pára-brisas, enquanto o acompanhante tem direito a um pequeno ecrã multimédia.
Atrás, os passageiros têm ao dispor um ecrã táctil de nove polegadas, e uma placa para carregar os telemóveis por indução.
Todas essas interfaces são coordenadas pelo sistema operacional Hyper, que a Lotus estreia neste modelo.
Uma faixa luminosa percorre horizontalmente todo o tabliê, com a luminosidade a ser alterada para alertar que a carga da bateria está a esgotar-se.
Informa ainda sobre mudanças na temperatura do ar condicionado ou se está a receber uma chamada telefónica.
Quatro LiDAR estão distribuídos pelo SUV coupé, com o primeiro a estar no pára-brisas e outros dois nas cavas das rodas dianteiras.
Sobre o tejadilho está montado um quarto LiDAR retráctil para uma visão clara da retaguarda.
A Lotus, no entanto, não anuncia novos recursos nos sistemas de segurança e apoio à condução proporcionados pelos quatro sensores.
Indica apenas que o Eletre tem os equipamentos necessários para os sistemas que irão ser desenvolvidos num futuro próximo.
O Lotus Eletre é montado sobre a plataforma modular Electric Premium Architecture, em que previsivelmente será construído o SUV eléctrico da Alpine.
Proposto em três variantes, mas sempre com dois motores eléctricos a darem tracção integral, utiliza uma arquitectura de 800 volt.
O Eletre base e o Eletre S oferecem uma potência de 450 kW (612 cv) e um binário de 710 Nm máximos.
Os zero aos 100 km/hora cumprem-se em 4,5 segundos para uma velocidade máxima de 258 km/hora.
A bateria de 112 kWh, capaz de ser carregada até 350 kW em corrente contínua ou até 22 kW em corrente alternada, dá uma autonomia até 600 quilómetros.
O Eletre R, que se assume como o topo de gama do SUV coupé, vê a potência disparar até aos 675 kW (918 cv) e o binário a bater nos 985 Nm.
Bastam-lhe 2,95 segundos para atingir os 100 km/hora, com a velocidade máxima a subir ligeiramente até aos 265 km/hora.
Claro que a autonomia sofre com tais números de desempenho, com a bateria de 112 kWh a oferecer apenas 490 quilómetros.
Felizmente, a marca indica que apenas será preciso esperar 20 minutos para carregá-la de dez a 80%... desde que seja a 350 kW!
Esta variante possui cinco modos de condução: os mesmos Range, Tour, Sport e Off-Road das outras duas versões, a que se soma o exclusivo Track.
Um chassis mais desportivo com menor distância ao solo, suspensão pneumática activa e vectorização de binário são de série nesta proposta.
Somam-se ainda o eixo traseiro direccional, capô desportivo, grelha frontal activa e faróis de matriz LED, assim como um pacote distinto em fibra de carbono.
Já o Eletre S também soma, em reacção ao modelo de entrada na gama, um spoiler traseiro activo e iluminação ambiente interna.
A entrada em produção do Lotus Eletre acontece no final deste ano, com as primeiras entregas a acontecerem no primeiro semestre de 2023.
Não há ainda preços para o nosso país mas, na Alemanha, a versão de entrada na gama arranca nos 96 mil euros.
O Eletre S é proposto a partir de 121 mil euros enquanto o topo de gama Eletre R arranca nos 151 mil euros.
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