Será, por ventura, exagerado dizer que é a resposta da Porsche às propostas 100% eléctricas da Tesla mas esse pensamento terá passado pelas mentes dos engenheiros que desenvolveram o novíssimo Porsche Taycan.
Com uma potência a ultrapassar os 760 cv e um binário de 1050 Nm, a berlina desportiva com tracção às quatro rodas foi esta quarta-feira revelada ao mundo automóvel pela marca germânica, numa apresentação simultânea em três continentes: Toronto, no Canadá, Berlim, na Alemanha, e Fuzhou, na China.
Desempenho e conectividade típicos de um Porsche, aliados a uma utilização quotidiana, são alguns dos trunfos dos Taycan Turbo S e Taycan Turbo.
As duas propostas, que estão na vanguarda da linha E-Performance da Porsche, estão entre os modelos de produção mais poderosos que alguma vez integraram o portefólio da marca.
Até ao final do ano, no entanto, o construtor alemão deverá revelar as versões menos potentes da série, com o Porsche Taycan Cross Turismo a chegar ao mercado europeu no final de 2020.
A factura não é baixa para quem quer adquirir qualquer um destes modelos exclusivos. Para o Taycan Turbo S, a Porsche avança com um preço de 192.660 euros para o nosso mercado. Já a versão mais "simples" custa 158.220 euros.
O Porsche Taycan Turbo S assume-se, de forma indubitável, como o porta-bandeira da estratégia 100% eléctrica desenvolvida pela marca germânica, tendo já investido qualquer coisa como 5,4 mil milhões de euros.
Capaz de gerar uma potência de 761 cv (560 kW) em overboost, conjugado com o sistema Launch Control, o topo de gama da linha Taycan faz 2,8 segundos dos 0 aos 100 km/hora, para uma velocidade máxima de 260 km/hora e uma autonomia até 412 quilómetros.
O Taycan Turbo, por seu lado, desenvolve "apenas" 680 cv (500 kW) que lhe permitem acelerar dos 0 aos 100 km/horas em 3,2 segundos. Com 260 km/hora de velocidade máxima, esta versão vê a sua autonomia aumentar para 450 quilómetros em relação ao "irmão" mais poderoso.
Outras das principais características do Porsche Taycan deve-se ao facto de ser o primeiro modelo de produção a integrar um sistema de 800 volts contra os "normais" 400 volts.
Para o condutor, é uma enorme vantagem, ao permitir-lhe carregar energia suficiente para mais 100 quilómetros em apenas cinco minutos numa estação de carregamento rápido.
Já o tempo necessário para carregar 80% da bateria de 93,4 kWh é de apenas 22,5 minutos a 270 kW. No domicílio ou no escritório, o desportivo pode ser carregado em correntes eléctricas até 11 kW.
Dois motores eléctricos, acoplados aos dois eixos e permanentemente sincronizados, permitem às quatro rodas colocar no solo toda a potência disponibilizada pelo Porsche Taycan.
Segundo o construtor, os dois módulos compactos, que integram cada um dos propulsores eléctricos, combinados com a transmissão e o inversor, são apontados como os que têm maior densidade energética em relação ao que actualmente existe no mercado.
Já a transmissão de duas velocidades, instalada no eixo traseiro, é uma inovação desenvolvida pelo departamento de engenharia da marca.
A primeira marcha oferece maior poder de aceleração desde o ponto zero enquanto a segunda, com uma relação mais longa garante uma eficiência e uma reserva de energia elevadas, mesmo a alta velocidade.
Linhas puras e limpas, sem perder o inconfundível ADN da Porsche, estão bem visíveis no Porsche Taycan. De frente, apresenta-se largo e plano, com o perfil moldado pela linha descendente do tejadilho, unido de forma perfeita ao vidro traseiro.
As seções laterais, bem torneadas, apenas reforçam a ligação deste modelo a todos os outros que ajudaram a construir a imagem da marca.
O apuro estético encontra equivalente nas qualidades aerodinâmicas do desportivo, contribuindo para um menor consumo de energia e uma maior autonomia.
É o ponto de partida para a entrada da Porsche numa nova era tecnológica. A afirmação feita pelo construtor está perfeitamente replicada no painel de instrumentos que se destaca da consola central.
Um ecrã central de 10,9 polegadas, complementado com um visor (opcional) para o passageiro, assim como a conectividade entre os diferentes sistemas foram projectadas de origem para o Taycan.
Significa isso que o número de interruptores e botões foi reduzido ao máximo, dando ao condutor a possibilidade de controlar com a voz ou com o toque o controlo efectivo dos vários dispositivos de infotainment.
Outro ponto central na construção do habitáculo foi a "eliminação" de revestimentos em pele, substituídos por inovadores materiais reciclados, segundo um conceito de sustentabilidade ambiental.
O conforto dos passageiros do banco traseiro está igualmente assegurado com a instalação aprimorada das baterias, mantendo-os numa linha de baixo perfil como é habitual num típico carro desportivo.
Uma bagageira com 366 litros de capacidade, aliado a um compartimento à frente com 81 litros, assegura que nenhuma mala deixará de ser transportada se o condutor decidir fazer uma "escapadinha" para relaxar.
A Porsche usa o 4D Chassis Control para analisar e sincronizar, em tempo real, todos os sistemas instalados no chassis do Taycan. Entre esses sistemas destacam-se a suspensão pneumática adaptável, incluindo o controlador de amortecimento electrónico e o estabilizador electro-mecânico Dynamic Chassis Control Sport, que também inclui o Torque Vectoring Plus.
Ainda de acordo com as indicações da Porsche, os diferentes modos de condução do Taycan seguem a mesma filosofia de outros modelos da marca, complementados com configurações específicas que permitem o uso ideal da condução puramente eléctrica.
Além dos modos de condução Range, Normal, Sport e Sport Plus, são ainda admitidas configurações personalizadas na função Individual.
Agora, resta testar o Taycan em estrada para nos apercebermos das suas reais potencialidades e desempenhos. Acreditamos que será uma excelente experiência…
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