O campo de batalha em que se transformaram as estradas nacionais continua a registar números dramáticos.
Registaram-se quase 18 mil acidentes rodoviários nos primeiros seis meses de 2024 com consequências trágicas: 220 mortos, 1.257 feridos graves e 20.795 feridos ligeiros.
A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) sublinha mesmo que esta tendência em alta acontece desde 2014.
"Comparando com o período homólogo de 2014, registaram-se mais 3.107 acidentes (22,1%) e mais sete vítimas mortais (3,4%)", indica o relatório de sinistralidade a 24 horas e de fiscalização rodoviária referente a Junho divulgado esta quinta-feira.
Melhor do que 2024
Houve também mais 224 feridos graves (26%) e mais 3.175 feridos ligeiros (8,9%), "apesar de ter-se verificado uma diminuição no índice de gravidade", precisa a ANSR.
Todavia, o relatório ressalva que, face aos primeiros seis meses de 2024, verificaram-se menos 19 vítimas mortais (-8,2%), e uma diminuição do índice de gravidade.
Esses números são contrapostos por mais 571 acidentes (+3,4%) de Janeiro a Junho deste ano, com mais 56 feridos graves (5,0%) e mais 692 feridos ligeiros (3,6%), apesar do aumento na circulação rodoviária.
A ANSR faz também uma comparação com 2019, referência para a monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal.
Registou-se uma diminuição dos mortos (-12) e dos feridos ligeiros (-119) mas, por outro lado, verificou-se um aumento nos feridos graves, com mais 136 (13,0%) e nos acidentes, com mais 486 (2,9%).
Colisões no topo
As colisões representaram, no primeiro semestre de 2024, os desastres mais frequentes, correspondendo a 52,9% dos acidentes, 41,1% das vítimas mortais e 45,8% dos feridos graves.
Quanto aos despistes, que representaram 33,4% do total de sinistros, foram responsáveis por 43,5% dos mortos.
A ANSR destaca que a subida no número de atropelamentos com vítimas nos primeiros seis meses do ano, num total de 2.350, aumentaram 5,8% em relação ao mesmo período de 2023.
Este aumento reflectiu-se numa subida de 3,1% das vitimas mortais e de 24,2% dos feridos graves. No total, morreram 33 pessoas atropeladas e 200 ficaram gravemente feridas entre Janeiro e Junho.
De acordo com o relatório, nos primeiros seis meses o número de vítimas mortais dentro das localidades (124) foi superior ao verificado fora das localidades (90), que aumentaram 9,7% face a 2023.
A maioria dos acidentes ocorreu, até junho, em arruamentos, seguido de estradas nacionais e auto-estradas.
O relatório refere igualmente que cerca de 72% das vítimas mortais corresponderam a condutores, enquanto 15,4% eram peões e 11,7% passageiros.
"Duas rodas" mortais
Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 71,5% do total, tendo-se registado um aumento de 4% relativamente a igual período de 2023, bem como "subidas significativas" nos velocípedes e nos motociclos.
A ANSR indica que mais de metade das vítimas se deslocava num veículo ligeiro, enquanto 21,4% circulava em motociclos e 7,3% em velocípedes.
Frisado ainda é o facto de, entre Janeiro e Junho, ter-se verificado um aumento no número de acidentes em 14 dos 18 distritos.
Évora foi o que teve maior expressão Évora (+23,2%), seguido da Guarda (+17,5%) e Viana do Castelo (+16,0%), enquanto as vítimas mortais registaram aumentos em oito distritos, com as maiores subidas em Lisboa e Évora.
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