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ANECRA: reparações automóveis vão ser mais caras em breve

12:54 - 07-09-2022
 
ANECRA: reparações automóveis vão ser mais caras em breve

O preço das reparações automóveis vai aumentar nos próximos meses devido ao encarecimento das peças, que na sua grande parte são importadas.

Outro factor para a subida dos custos é a incorporação de metais como o cobre na sua composição, cujo custo disparou nos últimos meses.

O alerta foi esta quarta-feira dado pela Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), em nota divulgada pela Lusa.

"Ainda não é perceptível no mercado, porque é um processo relativamente recente, mas é muito provável que venha a ter reflexos muito grandes", explica Roberto Gaspar, secretário-geral da associação.

Em causa está o rápido aumento das peças automotivas, que "são uma parte importante do custo da manutenção".

Segundo o responsável, "ainda neste segundo semestre o consumidor vai começar a sentir esse aumento", que, contudo, "é difícil prever [de] quanto [será], porque depende da evolução do custo de muitos dos componentes".

Peças em falta, custos em alta

O incremento de custos ainda não está a ser reflectido nos valores da mão-de-obra da reparação automóvel.

Todavia, salienta que já é notório nas peças, "muitas delas importadas e com componentes cujo preço tem subido muito, como o cobre".

Ainda assim, a actual desregulação do mercado automóvel é sobretudo notória na escassez de veículos novos que saem das fábricas.

Tal deve-se à escassez de semicondutores desde a retoma pós-pandemia e, mais recentemente, pela falta de algumas matérias-primas devido à guerra na Ucrânia, e à quebra de certas cadeias de abastecimento.

A falta de oferta face à procura levou à subida de preços, tendo o valor dos carros novos "disparado" nos últimos tempos.

"A consequência mais imediata da falta de carros é que os preços dispararam", acrescenta Roberto Gaspar.

Segundo explica, "o actual encarecimento resulta, sobretudo, do corte total dos descontos, nomeadamente nas compras de gestoras de frotas".

As promoções que tinham pelas quantidades compradas desapareceram, "e, simplesmente. os fabricantes não fazem qualquer tipo de desconto".

Mercado distorcido

Outra das atuais "distorções" do mercado automóvel é, segundo o secretário-geral da ANECRA, o desfasamento da oferta.

À dificuldade de produzir carros, os fabricantes estão a fabricar automóveis onde têm margens superiores, que são os segmentos médio/alto e alto.

"Por isso é que assistimos a uma subida das vendas das marcas premium e, também, dos ‘elétricos’ ", embora ressalvando a obrigatoriedade de as marcas atingirem determinadas quotas de emissões poluentes.

Como resultado deste desfasamento, há actualmente "uma oferta muito grande de híbridos e de eléctricos e uma oferta muito pequena dos segmentos médio/baixo e baixo", que está a distorcer os resultados das vendas.

Refira-se, aliás, que os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) indicam uma quebra acumulada de vendas de 2,8% desde Janeiro a Agosto.

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