Quando decidiu lançar o Cayenne em 2002, a Porsche foi acusada de trair os seus pergaminhos desportivos no mundo automóvel, ela que tinha no 911 e no Boxster as estrelas da gama.
Quase duas décadas passadas, eis que o SUV em que o construtor de Estugarda apostou todas as fichas foi mais do que conseguida.
O Porsche Cayenne celebrou em Dezembro o primeiro milhão de unidades produzidas, tornando-se o grande salvador da crise por que a marca passava.
Da linha de montagem da fábrica que possui na Eslováquia, saiu um GTS pintado em Carmine Red, já endereçado a um cliente alemão.
Recorde-se que, na viragem do milénio, as vendas da marca germânica cifravam-se apenas em 48.797 automóveis, distribuídos pelos Porsche 911 e Boxster.
O número nem era assim tão negativo como poderia parecer já que, em 1993, nem chegava a vender 15 mil exemplares.
Sem abandonar o acento desportivo por que sempre foi reconhecida, a Porsche decidiu avançar com um SUV de luxo, num segmento que começava a ser "atacado" pela Mercedes e pela BMW.
Já na sua terceira geração, o Porsche Cayenne foi originalmente apresentado em 2002 no salão automóvel de Paris.
Proposto nas variantes Turbo, Turbo S e GTS, foi a motorização a gasóleo, lançada em 2009 que cimentou em definitivo o sucesso do modelo.
Tendo em conta que o diesel atravessava na Europa, à época, uma grande popularidade, foi um verdadeiro sucesso o SUV equipado com o bloco V6 TDI de 3.0 litros, com 240 cv e 550 Nm.
Esse êxito foi cimentado no lançamento da segunda geração, em 2010, principalmente com a variante S a gasóleo equipada com um motor V8 TDI de 385 cv de potência.
A electrificação da gama, com uma primeira variante híbrida, e, em 2014, com uma versão híbrida plug-in, vai ao encontro das limitações que as autoridades europeias têm colocado sobre as emissões poluentes.
Com a terceira geração, lançada em 2017, a que se somou o alternativo coupé, a Porsche abandona em definitivo o diesel, passando a sua oferta a ser constituída apenas por motorizações a gasolina e híbridas plug-in.
O Cayenne permitiu à Porsche tornar-se uma das marcas mais rentáveis do actual universo automóvel, permitindo ao construtor lançar-se em outros projectos como o Taycan.
Entretanto, o SUV Porsche Macan destronou o seu "irmão" mais velho, ao vender 99.944 unidades contra 92.055 Cayenne.
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