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Morreram 626 pessoas na estrada em 2019

11:49 - 21-12-2020
 
Morreram 626 pessoas na estrada em 2019

Mais de 620 pessoas morreram nas estradas portuguesas nos 35.704 acidentes com vítimas registados no ano passado

Os números foram avançados esta segunda-feira pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que aponta para um aumento dos desastres com vítimas, mas uma redução dos óbitos. 

Segundo o relatório de 2019 da ANSR, os dados indicam que, no ano passado, 626 pessoas morreram em acidentes rodoviários nas estradas portuguesas, tendo eles provocado ainda 2.168 feridos graves e 43.183 feridos ligeiros (indicadores a 30 dias). 

Aumentaram acidentes com vítimas

 Comparativamente a 2018, "o número de acidentes com vítimas aumentou 4% (mais 1.469)", tendo diminuído "em 9% o número de vítimas mortais (menos 49)", refere a instituição. 

Os feridos graves subiram 9% (mais 173 pessoas), apesar da descida do número de vítimas mortais (menos 49), e os feridos ligeiros aumentaram 4% (mais 1.848). 

Em resultado da redução no número de vítimas mortais, o índice de gravidade, em 2018, diminuiu de dois mortos por cada 100 acidentes com vítimas, para 1,8 em 2019. 

"Verifica-se uma redução progressiva do Indicador de Gravidade (IG) em função do aumento do número médio de anos de carta dos condutores envolvidos", refere a ANSR. 

Significa isso que, "quanto maior o número de anos de carta, menor o IG dos acidentes em que estão envolvidos". 

Reprovação nas inspecções baixaram

Os dados conhecidos esta segunda-feira indicam ainda que as taxas de reprovação nas inspecções periódicas obrigatórias, bem como nas reinspecções, "têm vindo a descer em todas as categorias". 

A tendência é contrária à que se verifica noutros países europeus, como, por exemplo, a Alemanha, Suécia ou Reino Unido. 

"Entre 1995 e 2019, os investimentos em infra-estruturas e em veículos mais seguros, juntamente com uma política integrada de segurança rodoviária, foram decisivos para salvar 26 mil vidas e evitaram 187 mil feridos graves", considera a entidade. 

"Em termos de custos económicos e sociais da sinistralidade rodoviária, representam mais de 4,5 vezes o valor investido em infra-estruturas rodoviárias mais seguras", considera a ANSR. 

Os dados indicam ainda que, entre 2000 e 2018, Portugal reduziu em 58% o número de vítimas mortais por milhão de habitantes. 

O país está posicionado em 11.º lugar na lista dos países que mais reduziram o número de vítimas mortais, embora quatro pontos percentuais acima da média da UE28 (-26%). 

"Estima-se que o custo económico e social dos acidentes com vítimas, em 2019, seja na ordem dos 3.714 milhões de euros, o que equivale a, praticamente 1,6%, do Produto Interno Bruto (PIB) nacional", indica a ANSR. 

Segundo o relatório, em 2019 foram fiscalizados 89,6 milhões de veículos (mais 4% do que em 2018) e registaram-se 1,4 milhões de infracções (mais 18%). 

Em relação a 2018, verificou-se um aumento absoluto no total de infracções em cerca de 18%, sendo que o rácio de infracções por veículo fiscalizado aumentou 0,19 pontos percentuais, passando de 1,39% para 1,58%. 

Mais pontos retirados às cartas de condução

Em 2019, 157.496 condutores foram sancionados com a subtracção de pontos na carta de condução, um número cerca de 3,3 vezes superior ao de 2018, que foi de 47.690 condutores. 

A ANSR considera "necessário reforçar o compromisso da sociedade com a segurança rodoviária", e recorda que o combate à sinistralidade rodoviária "é uma responsabilidade de todos e exige um esforço partilhado". 

"É também uma responsabilidade de todos nós como cidadãos, através do nosso comportamento", sublinha. 

"Só assim se conseguirá uma diminuição sustentada e consistente da sinistralidade rodoviária, e se obterão resultados significativos na luta contra as suas consequências". 

O Relatório de Segurança Rodoviária divulgado esta segunda-feira tem uma versão mais detalhada. 

Além de apresentar os resultados consolidados e a 30 dias da sinistralidade rodoviária em Portugal durante 2019, comparando-os com os resultados da última década, inclui uma análise da sua envolvente: condutor, veículo e infraestrutura. 

Inclui também a comparação, com a União Europeia, dos custos que a sinistralidade representa para a sociedade, e dos principais resultados da fiscalização rodoviária. 

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