A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) registou 11.815 acidentes nas estradas do continente durante o primeiro semestre do ano.
O relatório de sinistralidade daquela entidade, revelado esta sexta-feira, assinalou 140 mortos e 837 feridos graves, além de 13.568 de menor gravidade.
"Registaram-se menos 27 vítimas mortais (-16,2%), mais 56 feridos graves (+7,2%), mais 144 feridos leves (+1,1%) e mais 251 acidentes com vítimas (+2,2%)" em relação ao período homólogo de 2020.
A colisão foi a causa de acidente mais frequente (52,9% dos acidentes) e esteve na origem de 35,7% das mortes, segundo a mesma fonte.
Os despistes representaram 35,1% do total de acidentes, 49,3% das vítimas mortais e 43,5% dos feridos graves. Os condutores representam a grande maioria das vítimas mortais (72,9% do total), sendo 10,0% passageiros e 17,1% peões.
Os resultados da sinistralidade rodoviária baseiam-se nos dados disponibilizados pela GNR e PSP, e têm por critério vítimas a 24 horas, ou seja, os óbitos considerados são os ocorridos no local do acidente ou durante o transporte da vítima até à unidade de saúde.
O relatório revela que, nos distritos de Lisboa e do Porto, registaram-se 22,1% e 10,7% do total de vítimas mortais em acidentes, bem como 14,9% e 8,1% dos feridos graves, respectivamente.
A ANSR salientou ainda Braga, com 10,0% das vítimas mortais e 9,4% dos feridos graves.
Na mesma análise, conclui-se que em 11 dos 18 distritos registou-se uma diminuição do número de vítimas mortais, com destaque para os distritos de Leiria e do Porto, com menos seis mortes, mas, em sentido oposto, ocorreram aumentos em Lisboa (+5) e Faro (+3).
"A redução de feridos graves foi o denominador comum em sete dos 18 distritos, de forma mais significativa no Porto (-17) e Castelo Branco (-14), em termos numéricos. Contudo, são de referir os aumentos em Braga (+23) e Lisboa (+20)", especificou a ANSR.
Em relação à categoria dos veículos envolvidos nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 71,0% do total, mais 2,5% relativamente ao período homólogo de 2020.
A ANSR assinala ainda " as subidas verificadas nos ciclomotores e motociclos (+4,1%) e nos velocípedes (+33,2%)".
De Janeiro a Junho, 40,7% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de dois gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (35,7%) e Brisa (5,0%).
No mesmo período, foram fiscalizados 54,6 milhões de veículos, quer presencialmente, quer por meio de fiscalização automática, uma diminuição de 2,7% em relação ao primeiro semestre de 2020.
A GNR e a PSP, em conjunto, registaram uma diminuição de 4,3% do número de veículos fiscalizados.
Também o sistema de radares SINCRO, gerido pela ANSR, registou também uma ligeira redução (-3,1%), associada à redução de circulação rodoviária devido à pandemia da Covid-19.
Foram detetadas 539,7 mil infrações, (-14,2%), com a maioria das infracções (56,5%) a serem por excesso de velocidade.
"Verificou-se a diminuição de algumas tipologias de infracções, sendo de realçar -25,3% por excesso de velocidade e -18,6% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal", de acordo com a ANSR.
"Por outro lado, salienta-se +100,8% nas infracções pela ausência de inspecção periódica obrigatória, +45,5% nas infracções pelo não uso de sistemas de retenção, +40,8% nas infracções pelo não uso de cinto de segurança e +25,8% pelo uso do telemóvel", lê-se no documento.
Quanto ao excesso de velocidade, a taxa de infracção (número de infrações de velocidade versus números de veículos fiscalizados) reduziu 23,1%, de 0,7% entre Janeiro e Junho de 2020, para 0,6% nos mesmos meses de 2021.
Nos primeiros seis meses de 2021 foram submetidos ao teste de álcool 689,7 mil condutores, o que representa um aumento de 21,3% comparativamente a 2020.
No entanto, a taxa de infracção (números de infracções por álcool versus número de testes efectuados) diminuiu de 1,7% em 2020 para 1,1% em 2021.
A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 23,7% no primeiro semestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, atingindo 11,8 mil condutores.
Quase metade das detenções (49,2%) deveu-se à falta de carta de condução, com um aumento de 58,4% de casos relativamente ao primeiro semestre de 2020.
Cerca de 269,2 mil condutores perderam pontos na carta de condução até Junho de 2021. Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos até final de junho de 2021, 1.606 condutores viram o título de condução cassado.
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