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Tesla recusa 'bitcoins' pela defesa do ambiente e criptomoeda cai 10%

17:17 - 13-05-2021
 

Elon Musk sabe bem como, com apenas meia dúzia de palavras, pode valorizar ou desvalorizar uma criptomoeda. 

Esta quarta-feira, bastou a Tesla anunciar no Twitter que iria deixar de aceitar bitcoins na compra dos seus "eléctricos", para a criptomoeda perder mais de 10% da sua cotação. 

O fabricante automóvel reforçou a mensagem, ao decidir que iria deixar de vender as que possui em carteira, até que o processo de mineração das bitcoins passe para uma energia mais sustentável. 

O comunicado, que foi partilhado por Musk na sua conta do Twitter, não deixa de ser surpreendente já que, há menos de dois meses a marca, anunciou que iria aceitá-la como forma de pagamento dos seus carros. 

"Estamos preocupados com o rápido aumento do uso de combustíveis fósseis na mineração e transacção de bitcoins, especialmente o carvão, que tem as piores emissões poluentes", revelou a empresa em comunicado. 

Recorde-se que a "obtenção" da moeda digital depende dos chamados mineradores. Para esse fim são usados milhares de milhões de computadores ultra-potentes 24 horas por dia, o que faz disparar o consumo energético. 

Além disso, dois terços da mineração são feitos na China, que tem o carvão como principal fonte de electricidade. 

Segundo o Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a bitcoin consome anualmente cerca de 130 THw/hora (terawatts). 

Como explica o Jornal de Negócios, esse valor fica ligeiramente abaixo dos 131 THw da Suécia em 2019, ou dos 48 THw do nosso país, segundo os dados por país publicados pela Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos. 

A decisão também não deixa de ser estranha, depois de a Tesla ter "comprado 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,24 mil milhões de euros) em bitcoins em Fevereiro. 

Após o grupo automóvel anunciar a decisão, o valor da criptomoeda disparou para mais de 43 mil euros, atingindo um novo máximo. 

O investimento terá valorizado 322 milhões de euros no fecho do primeiro trimestre fiscal, correspondente a uma valorização de 21,5% da criptomoeda. 

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