O impacto que a Tesla Cybertruck está a ter no mundo automóvel, desde a sua apresentação no final de Novembro por Elon Musk, está para durar.
Contudo, à medida que se vão destrinçando mais pormenores sobre a pickup 100% eléctrica, surgem as primeiras vozes críticas sobre questões relacionadas com a sua segurança passiva.
Em declarações à revista Automobil Woche, um técnico da SGS-TÜV Saar, organismo independente alemão que testa a segurança de veículos automóveis, assegura que a CyberTruck não seria homologável na Europa tal como se deu a conhecer.
Segundo Stefan Teller, a sua concepção contradiz a filosofia de segurança europeia. "Os ocupantes sentem-se seguros mas, na verdade, não estão."
A imagem do presidente da Tesla, a bater com um martelo na carroçaria em aço ultra-resistente e a atirar objectos contra os vidros da carrinha, para provar a sua resistência, pode não ser benéfica para quem viaja lá dentro.
Como a carroçaria não se deforma para absorver a energia gerada pelos impactos, essa força irá actuar sobre os passageiros, explica o técnico da SGS-TÜV Saar. E, nestes casos, a protecção oferecida pelos airbags é praticamente nula.
É já a segunda crítica por parte de uma entidade importante ligada à segurança activa e passiva dos veículos automóveis, depois das chamadas de atenção da ANCAP.
O organismo australo-neozelandês, congénere do Euro NCAP, já tinha alertado de que o design da carrinha pode ser potencialmente perigoso para peões e ciclistas, devido às formas anguladas e às arestas pronunciadas da parte frontal.
Ora, fica em causa uma das principais características da CyberTruck: romper com o actual status quo estilístico no segmento das pickups.
Terão as normas norte-americanas de segurança, bem menos exigentes do que as europeias, contribuído para esta concepção radical?
Tudo aponta para que sim já que, nos Estados Unidos, aquele segmento está isento de muitas disposições relativas à segurança passiva dos ocupantes e à protecção dos peões.
Na Europa, pelo contrário, esses elementos são factores críticos na avaliação: a área frontal dos veículos não pode ser rígida, e os pára-choques e o capô têm de ser capazes de absorver a energia de um impacto para proteger os transeuntes.
"Na Alemanha", acrescenta Stephan Teller, "não se pode vender um veículo de série com estas características segundo as normas actuais."
Na sua opinião, será necessário introduzir modificações drásticas na carroçaria da CyberTruck para que ela possa ser aprovada na Europa para comercialização.
A pickup da Tesla deverá chegar ao mercado norte-americano no final de 2021, com um preço de partida em redor dos 36 mil euros, com as pré-encomendas a ultrapassarem as 250 mil.
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