A Comissão Europeia adoptou esta terça-feira novas tarifas a aplicar às importações de "eléctricos" chineses para a União Europeia.
Durante os próximos cinco anos serão impostas taxas até 35% para evitar concorrência desleal face às subvenções estatais da China, anunciou Olof Gil, porta-voz da UE para a tutela do Comércio.
Ao mesmo tempo, "a UE e a China continuam a trabalhar arduamente para encontrar uma solução alternativa e mutuamente aceitável", acrescentou o responsável.
Sublinhou ainda que "qualquer solução deste tipo terá de ser eficaz para resolver o problema identificado durante a investigação, bem como compatível com as regras da Organização Mundial do Comércio".
Fonte europeia ligada ao processo explicou que a medida comunitária deverá ser publicada no Jornal Oficial da UE ainda esta terça ou quarta-feira de manhã, para no dia seguinte as tarifas entrarem em vigor.
A adopção desta medida surge depois de no início de Outubro, e após uma investigação às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis eléctricos, a Comissão Europeia ter alcançado apoio da maioria dos Estados-membros da UE.
A Alemanha não deu o seu acordo para aplicar as tarifas enquanto Portugal absteve-se na votação, à semelhança de outros 11 países, com dez a votaram a favor e cinco contra.
Após a investigação, Bruxelas concluiu terem existido, de facto, apoios ilegais por parte de Pequim, o que terá possibilitado que estes veículos entrassem rapidamente no mercado da UE a um preço bastante mais baixo do que os dos concorrentes comunitários.
Tal significa que o executivo comunitário vai, com vista a nivelar a concorrência, na UE, aplicar tarifas de 35,3% à SAIC, de 18,8% à Geely e de 17% à BYD, bem como de 20,7% (média ponderada) a outras empresas que colaboraram no inquérito, e de 35,3% às que não o fizeram.
A instituição irá conceder uma taxa individual de direito de 7,8% à Tesla enquanto exportador da China, sendo que a construtora norte-americana tem em Xangai a sua maior fábrica de "eléctricos"do mundo.
Acrescem às novas tarifas a já existente taxa de 10% aplicada à importação de modelos eléctricos de qualquer proveniência.
Tal perfaz um máximo até 45% no pior cenário para as fabricantes destes veículos que queiram operar na UE, tendo em contas as novas tarifas.
Significa assim que um MG eléctrico (marca que pertence à SAIC), por exemplo, pagava até agora apenas esses 10% de tarifa aduaneira; após a investigação e a aplicação das tarifas, vai passar a pagar 45,3%.
Em causa está a investigação iniciada pela Comissão Europeia em Outubro passado às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis eléctricos.
A rápida entrada destes modelos na UE permitiu que, actualmente, já representem cerca de 8% do mercado, ao serem vendidos a um preço inferior em cerca de 20% aos praticados pelos concorrentes comunitários.
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