Dongfeng, Voyah e M-Hero são as três novas marcas chinesas a darem entrada no mercado nacional pelas mãos da Salvador Caetano Automotive, que também as representará em Espanha.
Fundada em 1969, a Dongfeng Motor é uma dos principais construtoras automóveis da China, com as suas vendas globais a atingirem os 2,42 milhões de veículos no ano passado.
Se a insígnia com o nome do grupo é vista como uma marca generalista, a segunda aponta ao segmento de luxo, e a terceira dedicada à condução mais aventureira fora de estrada.
Os objectivos de vendas também já estão definidos: mil unidades para 2025, e mais 2.000 para o ano seguinte.
A apresentação feita esta quinta-feira teve como protagonista o citadino Dongfeng Box, com o motor de 70 kW (95 cv) e 160 Nm associado à bateria LFP de 42,3 kWh para 310 quilómetros de autonomia.
A suportar um potencial sucesso está um preço de partida de 26.750 euros para o acabamento Box Pro, num carro com pouco mais de quatro metros de comprimento.
Linhas atraentes definem este compacto urbano, embora seja inegável a semelhança com outros "eléctricos" como os Smart #1 e Smart #3 em relação à área frontal.
Salienta-se o bom espaço a bordo para cinco ocupantes, como confirmam os 2,66 metros que separam os dois eixos, a que se soma uma bagageira (sem chapeleira!) com 326 litros de capacidade.
Os acabamentos são de qualidade, com materiais agradáveis ao toque, mas sem prescindir de plásticos mais duros nos revestimentos das portas; entretanto, falta o encosto de cabeça no banco central traseiro.
Ressalta também um painel de instrumentação com umas reduzidas cinco polegadas, apenas com os dados essenciais à condução, e um ecrã multimédia de 12 polegadas para o infoentretenimento.
Jantes em liga leve de 17 polegadas, bancos dianteiros aquecidos e ventilados, carregador de telemóveis por indução e até 14 sistemas de assistência ao condutor distinguem o Dongfeng Box face à concorrência.
Comporta ainda 12 radares ultra-sónicos, divididos pela metade à frente e atrás, além de velocidade de cruzeiro adaptativa com manutenção de faixa e travagem autónoma de emergência.
Já a premium Voyah arranca no nosso país com um monovolume e dois SUV, estes apontados aos segmentos D e E mas sempre em modo 100% eléctrico.
O Voyah Dream assume os códigos de estilo dum MPV de luxo ao longo de 5,32 metros de comprimento, com os 3,20 metros de distância entre eixos a suportar um espaço configurável para sete pessoas.
Ocupantes que são "mimados" com soluções de conforto como dois tejadilhos panorâmicos, bancos da primeira e segunda fila aquecidos, ventilados e com massagem, além de terem regulação eléctrica.
Para quem possa ver nesta proposta um carro lento e pesado, desiluda-se porque a alimentá-lo estão dois propulsores eléctricos a passarem 320 kW (435 cv) e 620 Nm às quatro rodas.
Com acelerações próprias dum desportivo, como confirmam os 5,9 segundos para cumprir os zero aos 100 km/hora, a bateria de 108,7 kWh "promete" até 482 quilómetros entre carregamentos.
O Voyah Free assume-se como um SUV de alto desempenho com tracção integral, com a dupla de motores a debitar 360 kW (489 cv) e 720 Nm para levá-los em 4,4 segundos dos zero aos 100 km/hora.
A autonomia dada pela bateria de 106 kWh, recarregável num posto rápido DC a 100 kW (irrisória face à capacidade), atinge os 500 quilómetros combinados.
Com 4,91 metros de comprimento e 2,96 metros a separar os dois eixos, a bagageira oferece 560 litros de capacidade, alargada até aos 1.360 litros com os bancos traseiros rebatidos, e mais 72 litros sob o capô.
Sistema de visão nocturna, tejadilho panorâmico polarizado, bancos aquecidos, ventilados e massajados, e suspensão pneumática regulável são soluções que esta proposta comporta.
A gama desta marca encerra, por agora, com o Voyah Courage, um SUV de dimensões mais contidas com tracção traseira (215 kW / 292 cv) ou integral (320 kW / 435 cv)
Ambos apoiam-se numa bateria de 80 kWh para 476 e 446 quilómetros de autonomia, respectivamente, com os zero aos 100 km/hora a fazerem-se em 6,9 e 4,9 segundos.
Se é um adepto das aventuras mais radicais, não pode ignorar o M-Hero I … mas atenção que terá ter carta de "pesados" para conduzir este off-roader com mais de 3.500 quilos!
O visual "brutalista" que exibe este 4x4 com quase cinco metros de comprimento por 1,93 de altura e 2,08 de largura, está em linha com a potência dos quatro motores eléctricos: 800 kW (1.088 cv) e 1.400 Nm.
"Feito" para guerrear os obstáculos mais difíceis (sobe pendentes com 45 graus de inclinação), bastam-lhe 4,2 segundos para cumprir a "corrida" dos zero aos 100 km/hora.
E, para não ficar apeado quando está longe duma tomada eléctrica, pode contar com os 450 quilómetros que a enorme bateria NMC de 142,7 kWh lhe confere, mas apenas recarregável a 100 kW DC.
Além dos quatro motores, também possui quatro rodas direccionais, com as traseiras a poderem girar no mesmo sentido das dianteiras.
A insígnia chinesa chama a este modo o "movimento de caranguejo", permitindo ao M-Hero I avançar na diagonal num ângulo até 10,6 graus, podendo mesmo girar sobre si mesmo.
A suspensão pneumática com altura variável comporta amortecedores controlados por via electrónica, e jantes de 20 polegadas, sendo até 335 mm a distância ao solo, e as passagens a vau até 900 mm.
O interior tem uma atmosfera muito mais refinada do que fazem parecer as linhas exteriores muito "militares", com revestimentos e estofos em pele e Alcantara.
Quer os bancos dianteiros, quer os traseiros têm aquecimento, ventilação e massagem, podendo ser regulados com comandos eléctricos.
O tabliê suporta três ecrãs, com o multimédia a ser de 15,6 polegadas, e o da instrumentação de 12,3 polegadas, que é também a mesma diagonal para o visor do acompanhante.
Os modelos da Dongfeng e da Voyah já podem ser reservados nos actuais seis concessionários, estando prevista a abertura de mais nove em 2025; o M-Hero I só está disponível por encomenda.
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