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É cada vez mais evidente que os motores diesel são uma espécie em vias de extinção e tudo se vai agravar rapidamente nos próximos anos...
Pode parecer heresia fazer uma afirmação deste tipo num país como Portugal onde os automobilistas são "diesel-dependentes", mas os indicadores são mais do que evidentes. Os franceses começaram por ser os maiores defensores europeus da motorização diesel e, mesmo assim, no passado mês de Setembro – e pela primeira vez em 15 anos – as vendas de automóveis com motores a gasolina superaram as dos diesel.
É evidente que esta situação pode ser explicada pela campanha mediática lançada pelo presidente da câmara de Paris, que quer impor limites à circulação deste tipo de veículos até 2020, mas há mais autarcas de outras latitudes que se associaram à ideia.
Não há duvidas que os diesel ainda são a motorização mais eficaz ao nível do compromisso custo/rendimento. Mas também é verdade que este tipo de tecnologia pode ter chegado ao limite em termos do controle da emissão de poluentes.
Se os engenheiros tivessem outra solução não teria surgido o "dieselgate" motivado pela falcatrua nas emissões dos motores diesel do Grupo VW e a Mercedes não estaria a equacionar a possibilidade de deixar de vender modelos com motores diesel nos EUA, onde a regulamentação é mais severa do que a que existe na Europa.
NOx. As emissões de Óxido de Azoto (NOx) dos motores diesel são superiores às dos blocos a gasolina e se, graças a tecnologias dispendiosas ainda é possível realizar motores capazes de respeitar as normas Euro 6 (europeias) que entraram em vigor em 2014, tudo se vai complicar como o Euro 6c, onde a "letrinha" quase escondida refere a revisão normativa que será implementada em Setembro, penalizando particularmente as emissões de Óxido de Azoto.
Ao longo dos anos a redução das emissões de NOx tem sido evidente. Passaram de 500 miligramas em 2002 (Euro 3) para os 80 miligramas (Euro 6), mas até agora eram calculadas com a simulação de uma utilização quotidiana, realizada no banco de ensaio. Agora, o Euro 6c introduz o conceito "Real Driving Emissions" (RDE) com uma majoração das emissões em estrada, em condições que nada têm a ver com os laboratórios. Por isso, muito boa gente vai ter dificuldades para respeitar a nova exigência. A única forma de o conseguir passa por investir bom dinheiro, que será repercutido directamente no cliente final, o que equivale a dizer que os automóveis diesel serão ainda mais caros do que os a gasolina, deixando de ser atractivos.
É certo que ainda há um período de tolerância que se estende até 2019, mas a maioria dos construtores começam a pensar que talvez seja inútil investir na renovação dos motores diesel actuais, com tecnologias muito caras, sendo mais ajuizado investir em tecnologias como a electricidade ou opções híbridas, mas com base em motores de combustão interna a gasolina, como já acontece com a Toyota e tantas outras marcas.
No fim de contas é o que está a fazer o Grupo VW. Por um lado, a Volkswagen (depois do "dieselgate") arvorou-se no porta-bandeira da mobilidade eléctrica, e por outro a Audi abandonou as 24 Horas de Le Mans onde venceu por oito vezes em 11 presenças com motores diesel (híbridos desde 2012), descartando uma forma de promoção que fazia parte das suas prioridades.
Tudo isto são sinais evidentes de que estamos a mudar de paradigma, pelo que não temos dúvidas em afirmar, sem grande risco, que a médio prazo os motores diesel têm os dias contados...
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