Pesquisa
O começo do fim do Diesel

O começo do fim do Diesel

10:00 - 16-07-2016
6
Este parece ser um título algo alarmista, atendendo à popularidade e à preponderância que as motorizações a gasóleo ganharam na Europa e, em especial, no nosso país. Se, no global do mercado europeu, os Diesel dominam metade das vendas de automóveis novos, entre nós esse valor sobe muito, aproximando-se dos dois terços. Sejamos, portanto, claros, o fim do Diesel não está aí ao virar da esquina, mas há sinais claros de que acontecerá, mais tarde ou mais cedo.

Foi, aliás, publicado recentemente um estudo da empresa AlixPartners que prevê que, em 2030, os automóveis a gasóleo representarão apenas 9% do parque automóvel europeu, gigantesco tombo face aos actuais 50%! Em simultâneo, a Toyota Europe já equaciona a possibilidade de ir deixando cair alguns motores Diesel, por exemplo no Yaris, modelo em que representa menos de 10% das vendas.

O estudo atrás referido avança ainda que, em 2022 (faltam apenas seis anos), terá havido uma redução do número de fábricas de modelos com motores a combustão na Europa, das actuais 62 para 55, enquanto as unidades de construção de motores eléctricos ou de modelos electrificados (incluem-se aqui os híbridos) crescerão das 26 existentes para cerca de 40.

Aos poucos, a electricidade vai tomando conta dos automóveis e os Diesel estão na primeira linha "de fogo". Essencialmente porque se estão a tornar um mau negócio para os construtores. São motores mais dispendiosos de construir que os propulsores a gasolina e tornar-se-ão cada vez mais caros para se adaptarem às normas antipoluição sempre mais restritivas. São já muitos os que têm de recorrer a tratamentos extra (como o aditivo AdBlue) para cumprirem as normas em vigor e, no futuro, as regras serão ainda mais apertadas, nomeadamente no que respeita aos óxidos de azoto (NOx) e partículas, áreas em que os motores a gasolina não têm problemas.

Por outro lado, as marcas já fizeram outras contas: uma fábrica para construir o mesmo número de motores eléctricos custa dez vezes menos e exige uma área dez vezes menor que uma equivalente para motores de combustão! Com a poupança inerente em investimento e… custos de mão-de-obra.

Daí o interesse crescente na electrificação do automóvel. E mesmo que não se pense, mesmo a médio prazo, que os automóveis eléctricos irão ganhar uma grande fatia do mercado – o estudo referido aponta para 20%... em 2030 –, a aposta nos híbridos será muito séria e, nesses, serão os motores a gasolina a prevalecer. Em especial quando, nestes últimos anos, se assistiu a enormes avanços neste campo, com pequenos motores a gasolina extremamente eficientes em potência e consumos reduzidos.

Com todo este "cocktail", é natural que os motores Diesel, mais caros de construir e mais difíceis de colocar dentro das "leis ecológicas", acabem por ser postos de lado. Não para já nem nos anos mais próximos, claro, mas é o antecipar de um movimento quase inevitável. Por isso não escrevemos que é o fim do Diesel. É apenas o começo…
Faltam 300 caracteres
Comentário enviado com sucesso
×
Enviar artigo por email

Restam 350 caracteres

×
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login. Caso não esteja registado no site de Aquela Máquina, efectue o seu registo gratuito.